sábado, 8 de março de 2014

Rosa cigana

A noite clara, vinho, fita e seda
A labareda alta, ouro e flor
O violino, palmas, lua cheia
A saia, renda, lenço, incenso, ardor
Roda morena em torno da fogueira
A vida inteira gira em prata e cor
Rosa cigana, vira volta e meia
Mas à espreita, observa o amor
E o rapaz, de olhos fogo e desejo
Tomou cigana rosa pela mão
De dança em dança pôs seu corpo em brasa
Queimou pra sempre o seu coração


- Alvorada
Já é hora de ir embora, outro chão
Sou da estrada
Conta à lenda, reza a tradição
Sem morada
Essa vida é despedida, viração
Caminhada
Rumo ao nada, rumo à imensidão
Chora essa terra a sorte da cigana
Que deixa o sonho, deixa o seu amor
Desmancha a tenda, segue a caravana
Pro mundo afora sangra a rosa flor
- Ó Santa Sara que venceste os mares
Ó Santa Sara que venceste a dor
Me guia, Sara, não me desampares
Me ensina como que se vence o amor


  • Poema de Rafael Altério e Cristina Saraiva

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