terça-feira, 30 de dezembro de 2014



Olá, hoje vou contar um pouquinho de uma das entidades que trabalham comigo, trata-se da minha querida pomba gira a Cigana Menininha,Ela é muito faceira, adora dançar e tocar seu pandeiro(porizem), pouco a pouco conquistou a todos que foram a conhecendo!
Existem muitas entidades da linha de pomba-giras que são ciganas e meninas.
Mas eu vou falar de uma entidade específica que é conhecida como a cigana menininha.
Esta entidade chegou ao mundo astral nos seus 14 anos de idade vítima de assassinato seguido de estupro.
Foi socorrida de imediato pelo povo do oriente, grande mestres e andarilhos do mundo astral… onde segue com sua caravana e seguidoras de sua entidade.
Pomba-gira cigana menininha, gosta muito de trabalhar para o amor e sedução, pois como não teve tempo de conhecer o seu prometido quando vivia na terra, gosta de ajudar as pessoas para que tenham sorte no amor.
Tem muita simpatia por ambos os sexos e esta sempre dando mensagens de amor e carinho.Muito vaidosa vive perguntando se está arrumada e bonita.
Suas médiuns são sempre mulheres jovens e bonitas.( e modestas!)
Como antes do seu desencarne ela tinha cortado os cabelos por uma promessa de sua mãe a Santa Sara Khali, quase sempre seus cavalos escolhidos ou aparelhos… tem o cabelo comprido e sedoso onde ela passa o tempo todo a acariciar.
Adora receber presentes sob arvores frutíferas e estradas de chão, maquiagens e adornos são os preferidos, mais não esqueça das rosas vermelhas e do vinho branco suave, perfumes e velas vermelhas e cor-de-rosas.
Essa é a minha pomba gira, a quem tenho muito a agradecer, pois sempre atende meus pedidos e procura ajudar a todos que a procuram!
Optcha, cigana menininha!
Pontos da pomba gira cigana

Pomba Gira Cigana

Umbanda

Vinha caminhando a pé,
Para ver se encontrava
A minha cigana de fé.
Eu vinha!
Vinha caminhando a pé,
Para ver se encontrava
A minha cigana de fé.
Parou e leu minha mão. (Exu!)
Me disse a pura verdade.
Eu só queria saber
Aonde mora Pomba Gira Cigana.
Eu só queria saber
Aonde mora Pomba Gira Cigana.
Vinha caminhando a pé,
Para ver se encontrava
A minha cigana de fé.
Vinha caminhando a pé,
Para ver se encontrava
A minha cigana de fé.

Barraca Velha

Umbanda

Ganhei uma barraca velha!
Foi a cigana quem me deu.
O que é meu é da cigana;
O que é dela não é meu.
Ciganinha puerê, puerê, puerá!
Ciganinha puerê, puerê, puerá!
Parou e leu minha mão. (Exu!)
Me disse a pura verdade.
Eu só queria saber
Aonde mora Pomba Gira Cigana.
Eu só queria saber
Aonde mora Pomba Gira Cigana.


Olha que menina linda, olha que menina bela
ela é Pomba Gira Menina, sonhando na janela
Olha que menina linda, olha que menina bela
ela é Pomba Gira menina, sonhando na janela
Abre a roda, bate palmas, venham todos cantar
É a Pomba Gira menina, que veio trabalhar
É a Pomba Gira Menina, que veio trabalhar

sábado, 27 de dezembro de 2014

Algumas Orações Ciganas PARA RECUPERAR A FÉ




"Senhor, minha alma dorme nas trevas, sem a luz da fé para guiá-la por entre os escombros de um templo derrubado pelas tentações. A ignorância, o medo e a ansiedade hoje imperam em meu coração vazio.

     Angustia-me, Senhor, esse vazio, onde antes estava a sua luz. Assusta-me esse negro futuro que me espera. Desespera-me essa falta de perspectiva. Desgraça-me essa vida sem alternativas e sem fé.

     Seja o meu alívio na angústia, Senhor, trazendo-me de volta a luz. Ilumina meu futuro, dando-me perspectivas e abrindo-me caminhos de alternativas e esperança.

     Porque só em Ti está o poder, a glória e o futuro. Faça brilhar sobre mim a luz da Tua vontade, pois aqui estou de volta a Te pedir guarida. Amém."

     Rezar um Pai Nosso, três Ave Maria e um Glória ao Pai.

     Observação: Essas orações podem ser feitas em casa, num local tranqüilo, onde você não seja interrompido(a). Os ciganos costumam fazer o que chamamos de Contranovena, que é repetir a mesma novena, no meio da tarde, na tranqüilidade e no silêncio de uma igreja, diante do altar principal. Numa simpatia como esta, especificamente, acreditamos que retornar ao convívio com os elementos ligados à fé sejam muito proveitosos realmente.

                             ORAÇÃO DA SAÚDE

     Minha alma é meu tormento e minha imaginação é minha algoz. Enfermo fico, quando me enfraqueço de Ti, a força retomo, quando volto a Ti.
     Falhei em me escudar em Ti, meu Deus, permitindo que minha alma se enfraquecesse e fosse tomada de assalto.
     Sonho o pesadelo da enfermidade que criei para mim mesmo(a).
     Sofro o sofrimento de me deixar enfraquecer na fé.
     Pai Eterno, esteja em mim e estarei curado. Venha a mim e ficarei são. Fique comigo e jamais serei molestado. Amém."

                     ORAÇÃO A SANTA SARA KALI
  TU QUE ÉS A ÚNICA SANTA CIGANA DO MUNDO
      TU QUE SOFRESTES TODAS AS FORMAS DE HUMILHAÇÃO E PRECONCEITOS
      TU QUE FOSTES AMEDRONTADA E JOGADA AO MAR ,PARA QUE MORRESTES DE SEDE E DE FOME.
       TU SABES O QUE É O MEDO,A FOME, A MÁGOA E A DOR NO CORAÇÃO.
        NÃO PERMITAS QUE MEUS INIMIGOS ZOMBEM DE MIM OU ME MALTRATEM.
        QUE TU SEJAS MINHA ADVOGADA DIANTE DE DEUS.
        QUE TU ME CONCEDAS A SORTE A SAÚDE E QUE ABENÇOE A MINHA VIDA .AMÉM !
        (REZAR 1 PAI NOSSO  1 AVE MARIA E FAZER O SINAL DA CRUZ)
        FAÇA ESSA ORAÇÃO DURANTE 9 DIAS PARA UM PEDIDO ESPECIAL E CONSEGUINDO   DIVULGUE-A

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Espíritos Ciganos e o Verde



Os Espíritos Ciganos que costumam trabalham com a cor verde, seja com pedras, velas, ervas, frutas, luzes, tecidos e tantos outros suportes magnéticos e magísticos, são em sua grande maioria ligados ao Elemento Terra para auxiliar os necessitados do plano físico.



O verde reflete de imediato à cor da natureza e suas corelações com a fertilidade, o crescimento, a fartura, a estabilidade e o equilíbrio. É apropriado para meditações, estudos, busca de saúde, inibição do estresse, calma, paz interior, sorte e prosperidade.  As sensações provocadas pela cor verde são de sentimentos de liberdade, de frescor, de juventude, de exuberância e de vigor. Sendo a cor relacionada à esperança, evidencia que ativa a autoconfiança do indivíduo, dando-lhe coragem e serenidade para lidar com diversas situações.

O maior cuidado no trato com a cor verde é sua overdose, ou seja, seu excesso pode causar apatia, indiferença, impaciência e até insatisfação.

Tomara Deus que os Ciganos de Luz possam nos enviar esta semana, em dose certa, muitos reflexos advindos desta nuance!

Valéria Fernandes

A tela está assinada, porém ilegível. 
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Oração para chamar os Ciganos Astrais

Senhor meu Deus, fonte maior,
Soberania viva de amor de Pai,
Peço-te autorização para convidar os Ciganos de Luz
Para me auxiliarem neste mundo de provas e de tribulações.
Rogo igualmente a bem-aventurada Santa Sara Kali como Tua enviada,
Para abençoar mais esta minha empreitada...
De ter próximos a mim, os Ciganos de Luz que habitam o Astral.

Desejo fazer o bem, preencher meu coração de amor,
E doar a todos que precisam gestos e palavras consoladoras,
Como mero instrumento Teu.
Ajuda-me Pai Celeste, a entrar em conexão com aqueles
Que reluzem no espaço e atendem por Ciganos Astrais.

Sou falho, padeço dos males terrenos,
Por isso peço à Santa Sara Kali
Que me cubra com seu manto celestial,
 Afastando de mim o egoísmo, a inveja, as mágoas e os rancores,
Para que eu possa ser digno de receber em minha tsara
A presença amorosa dos Ciganos Astrais.
A Deus-Pai glorifico,
À Santa Sara agradeço,
E enfim me encho de fé
Para receber à graça de ter como protetores os Ciganos Astrais.

Que assim seja!

Chamar ciganos

Valéria Fernandes

Pintura de Agnes Do Santo

OBS:Nenhuma oração deve suprir a prece que vem do íntimo, do coração, esta que criei é apenas uma dica que fui inspirada para quem não sabe por onde começar. Contudo, de nada vale repetir palavras se o sentimento não for verdadeiro e se a fé estiver ausente!!! 
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Cigana Cassandra


Este cigana gosta de verde e de vermelho, quer sempre um xale ou lenço ao seu alcance para se enfeitar, bem como anéis, pulseiras, colares e brincos e abundância; dança com pandeiro, com castanholas, ritmando sua cadência com os pés. É doce, graciosa e simpática, porém enérgica com quem a procura para fazer o mal, dando conselhos a respeito da necessidade de ter um bom caráter para receber às bênçãos de seu povo. Como oferenda gosta de receber balaio com frutas, vela amarela e incenso de jasmim. Aceita de bom grado fitas coloridas e adorno para os cabelos. A Cigana Cassandra é devota de Santa Santa Sara Kali, e sempre que preciso, pede que o consulente dê um manto não para à Santa, e sim para os mais necessitados, argumentado que Sara Kali é por si um manto de luz protetor.  
   

   Valéria Fernandes
Pintura de Morgana Farah
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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Cigana Sarita

Defensora da natureza, guardiã dos caminhos, guia dos viajantes e sempre um passo à frente seus protegidos para bem direcioná-los, a Cigana Sarita é espírito cigano incumbido de zelar pelo o Elemento Terra. E por emanar energia telúrica, quem está sob os cuidados desta cigana tende a dar atenção especial ao corpo físico, à beleza, à sexualidade, gostando também de desfrutar da vida familiar e dos valores tradicionais, desde que em paralelo ao cultivo dos desejos e ambições de ordem prática.

A Cigana Sarita trabalha com pedras, com cristais, com solo, com ervas, com ouro, com cobre, com sal grosso e com frutas de qualquer estação. Manipula mais frequentemente energias vindas das cores amarela, alaranjada e marrom. Embora prefira o solo fértil, as rochas e as pedreiras para extrair força para suas magias, esta Cigana também faz contanto com a Mãe-Natureza em águas mansas, tais como fontes, lagos e rios; isto para não deixar quem dela precisa voltado demais para matéria, correndo perigo de negligenciar os sentimentos como o amor, a amizade, a intuição, a ternura e sabedoria interior; peculiaridades do Elemento Água.
Os protegidos da Cigana Sarita sentem necessidade de andar descalços para manter contato com a natureza, recarregando assim constantemente às energias para manter um bom equilíbrio em suas jornadas. Não gostam de arriscar o que conquistaram com receio de não adquirem novamente em caso de perdas. Além dos encantos pessoais que Sarita desperta naqueles que com ela trabalham, incentiva-os a serem justos, a agirem dentro das leis dos homens e em conformidade com seu meio social.
A fecundidade, a maternidade, os minerais, o dinheiro, o comércio, as estradas, as construções, a inteligência prática, o crescimento, a expansão entre outras características de cunho sólido estão sob o domínio da Cigana Sarita e de outras Entidades de luz que se afinam com o Elemento Terra.

Para agradar esta Cigana oferta-se balaios de frutas, vinho tinto, rosas ou flores amarelas, incensos herbais e florais e velas de cor amarela. Sarita gosta de música, de pandeiro, de jóias, de fitas coloridas, de animais domésticos e silvestres, de jardins, matas e florestas. É devota de Santa Sara kali e tem estreita relação com o Povo de Rua, a quem recorre quando seu trabalho é mais denso.
Em um altar feito para Cigana Sarita não deve faltar pedras, cristais, jóias douradas, tachos de cobre e palhas de trigo - que representa ‘o pão nosso de cada dia’, o sustento. Pode-se pedir a esta Cigana força de vontade, fertilidade, trabalho, abundância, prosperidade, perseverança, firmeza nos propósito, autoconfiança, potencial realizador.

Valéria Fernandes
Pintura de Maria do Carmo da Hora
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Cigana Ísis e Cigana Rayanna


Além da Salomé do Egito, também trabalho com a Cigana Ísis e com a Cigana Rayanna que, igualmente, se apresentam como Ciganas do Oriente. Ambas, tal como Salomé, gostam de estar entre xales, lenços, véus e muitos adereços dourados, incluindo testeiras e anéis-pulseira.

Não tenho uma pintura para representá-las com seus trajes fluídicos, mas esta que escolhi traduz a leveza que elas passam para quem as ver quando incorporadas em mim. Ísis gosta de lilás com amarelo e Rayanna prefere vermelho com dourado. A primeira recebe vela laranja ou lilás, a segunda somente vela vermelha. Elas gostam de incenso florais e amadeirados.

Tanto a Cigana Ísis como a Cigana Rayanna são sensuais, meigas e sapecas; com arquétipos joviais. Dançam para o sol e para lua, para água e para terra, para o vento e para o fogo. Entretanto, o domínio de Ísis é o Elemento Fogo e o de Rayanna é o Elemento Ar.

Enquanto aparelho mediúnico só posso agradecê-las pela força e proteção, pelas boas vibrações e serenas intuições.


Opcha!Valéria Fernandeshttp://www.losciganos.blogspot.com.br/search?updated-max=2012-02-13T00:18:00-03:00&max-results=100&reverse-paginate=true

Oferendas para Espíritos de Crianças Ciganas

s Espíritos Ciganos que se apresentam com arquétipo infantil, ou seja, com roupagem fluídica de crianças, costumam receber oferendas de velas rosa e azul - para meninas e meninos respectivamente. Poucos sabem que estas Iluminadas Entidades adoram trabalhar com velas amarelas e laranjas, posto estas serem as nuanças da alegria, da espontaneidade, da vitalidade e do ludismo, tendo os Ciganinhos compatibilidade para manipulá-las.

Para agradar os Espíritos Ciganos Infantis também é necessário oferecer bombons, pirulitos, cocadas, frutas, mel, guaranás, garapas e outras guloseimas que contenham açúcar em sua composição, já que é através da glicose que estes Pequenos fazem seus trabalhos.

Não se pode esquecer que os Espíritos de Crianças (ciganas ou não), se deleitam quando ganham brinquedos, porém, os Meninos e as Meninas desta corrente se sentem ainda mais agradados quando ganham pandeiros, violinos, fitas coloridas, patacas, cavalos, carroças e outros divertimentos ligados à cultura cigana.

Um fator que jamais deverá ser esquecido é o respeito à individualidade, desta forma, a própria entidade com o passar do tempo dirá suas preferências. Como exemplo cito a “minha” Ciganinha que ama se enfeitar com brincos, pulseiras, anéis e tiara, sem perder a essência pueril.

Valéria FernandesDesconheço autoria da imagem
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terça-feira, 2 de dezembro de 2014

POMBA GIRA CIGANA SETE FACADAS

POMBA GIRA CIGANA SETE FACADAS   De beleza exuberante e inteligência rara, Elisa se achava uma mulher sem sorte. Vivia infeliz: todos que a cercavam, todos a quem amava pareciam sofrer com ela. Uma maldição, pensava ela. Casada, logo o marido passou a se servir de putas, embora amasse e desejasse a mulher, que só penetrou uma vez, na primeira noite. Apesar de seu tremendo desejo por Elisa, só alcançava a ereção com outras. Ela sofria pelas dores do marido. Ele a acusava de rejeitá-lo e batia nela.  No começo, nem tudo era sofrimento. Daquela única vez nasceu Vitória. A menina cresceu bonita e saudável até os sete anos. Depois começou a definhar. "É a maldição!", Elisa se culpava. O marido se enterrou de vez nos puteiros, ia chorar sua desventura no colo das putas. Todas as especialidades médicas foram consultadas, todas as promessas foram pagas, todas as rezas foram rezadas.  Consultados médiuns e videntes, cartomantes e benzedeiras, padres, pastores e profetas, nada. A saúde da menina decaía dia a dia. Até que Elisa foi bater à porta de mãe Júlia, famosa mãe-de-santo. "Você nasceu com a beleza de Oxum e a majestade de Xangô, mas seu coração é de pombagira", disse-lhe a mãe-de-santo, depois de consultar os búzios.  A vida recatada de Elisa, seu senso de pudor, sua modéstia, a repressão de costumes que ela mesma se impunha, a falta de interesse pelo sexo, tudo isso negava os sentimentos de seu coração, contrariava sua natureza. A cura, a redenção -dela e dos seus-, tinha uma só receita: libertar seu coração, deixar sua pombagira viver. Foi a sentença da mãe-de-santo.  Leve e livre  Ali mesmo, naquele dia e hora, sem saber como nem por quê, Elisa se deixou possuir por três homens que, no terreiro, tocavam os atabaques. O prazer foi imenso. Sentiu-se leve e livre pela primeira vez na vida.  Pensando na filha, voltou correndo para casa e encontrou a menina melhor, muito melhor: corria sorridente, pedia comida, queria brincar.  No dia seguinte, Elisa voltou ao terreiro. "Seu caminho é longo ainda", mãe Júlia disse.  Depois a abençoou e se despediu. Um dos homens com quem se deitara no dia anterior lhe deu um endereço no centro da cidade, um local de meretrício, que Elisa começou a frequentar. Passava as tardes lá, enquanto o marido trabalhava. Voltava para casa mais feliz e esperançosa, a menina melhorava a olhos vistos.  Para preservar a honra do marido, Elisa se vestia de cigana, cobrindo o rosto com um véu. O mistério tornava tudo mais excitante. A clientela crescia. O marido soube da nova prostituta e quis experimentar. Na cama com a Cigana, o prazer foi surpreendente, muito maior do que sentira com Elisa e que nunca fora superado com outra mulher. Seria escravo da Cigana se ela assim o desejasse. Mas a Cigana nunca mais quis recebê-lo.  A insistência dele foi inútil. "Um dia te mato na porta do cabaré", ele a ameaçou, ressentido e enciumado. Ela se manteve irredutível.  Num entardecer de inverno, ele esperou pela Cigana na porta do puteiro e, na penumbra, lhe deu sete facadas. Assustado, olhou o corpo ensanguentado da morta estirado no chão e reconheceu, no piscar do néon do cabaré, o rosto desvelado de Elisa. Um enfarto o matou ali mesmo.  Longe dali, no terreiro de mãe Júlia, o ritmo dos tambores era arrebatador. As filhas-de-santo giravam na roda, esperando a incorporação de suas entidades.  Na gira de quimbanda, exus e pombagiras eram chamados. Os clientes, que lotavam a platéia, esperavam sua vez de falar de seus problemas e resolver suas causas. As entidades foram chegando, e o ambiente se encheu de gargalhadas e gestos obscenos. O ar cheirava a suor, perfume barato, fumaça de tabaco, cachaça e cerveja. A força invisível da magia ia se tornando mais espessa, quase podia ser tocada.  Cada entidade manifestada no transe se identificava cantando seu ponto. De repente, uma filha-de-santo iniciante, e que nunca entrara em transe, incorporou uma pombagira.  Com atrevimento ela se aproximou dos atabaques e cantou o seu ponto, que até então ninguém ali ouvira: "Você disse que me matava/na porta do cabaré/ Me deu sete facadas/ mas nenhuma me acertou/ Sou Pombagira Cigana/ aquela que você amou/ Cigana das Sete Facadas/ aquela que te matou".  Mãe Júlia correu para receber a pombagira, abraçou-a e lhe ofereceu uma taça de champanhe. "Seja bem-vinda, minha senhora. Seu coração foi libertado", disse a mãe-de-santo, se curvando.  Pombagira Cigana das Sete Facadas retribuiu o cumprimento e, gargalhando, se pôs a dançar no centro do salão.
POMBA GIRA CIGANA SETE FACADAS

De beleza exuberante e inteligência rara, Elisa se achava uma mulher sem sorte. Vivia infeliz: todos que a cercavam, todos a quem amava pareciam sofrer com ela. Uma maldição, pensava ela. Casada, logo o marido passou a se servir de putas, embora amasse e desejasse a mulher, que só penetrou uma vez, na primeira noite. Apesar de seu tremendo desejo por Elisa, só alcançava a ereção com outras. Ela sofria pelas dores do marido. Ele a acusava de rejeitá-lo e batia nela.
No começo, nem tudo era sofrimento. Daquela única vez nasceu Vitória. A menina cresceu bonita e saudável até os sete anos. Depois começou a definhar. "É a maldição!", Elisa se culpava. O marido se enterrou de vez nos puteiros, ia chorar sua desventura no colo das putas. Todas as especialidades médicas foram consultadas, todas as promessas foram pagas, todas as rezas foram rezadas.
Consultados médiuns e videntes, cartomantes e benzedeiras, padres, pastores e profetas, nada. A saúde da menina decaía dia a dia. Até que Elisa foi bater à porta de mãe Júlia, famosa mãe-de-santo. "Você nasceu com a beleza de Oxum e a majestade de Xangô, mas seu coração é de pombagira", disse-lhe a mãe-de-santo, depois de consultar os búzios.
A vida recatada de Elisa, seu senso de pudor, sua modéstia, a repressão de costumes que ela mesma se impunha, a falta de interesse pelo sexo, tudo isso negava os sentimentos de seu coração, contrariava sua natureza. A cura, a redenção -dela e dos seus-, tinha uma só receita: libertar seu coração, deixar sua pombagira viver. Foi a sentença da mãe-de-santo.
Leve e livre
Ali mesmo, naquele dia e hora, sem saber como nem por quê, Elisa se deixou possuir por três homens que, no terreiro, tocavam os atabaques. O prazer foi imenso. Sentiu-se leve e livre pela primeira vez na vida.
Pensando na filha, voltou correndo para casa e encontrou a menina melhor, muito melhor: corria sorridente, pedia comida, queria brincar.
No dia seguinte, Elisa voltou ao terreiro. "Seu caminho é longo ainda", mãe Júlia disse.
Depois a abençoou e se despediu. Um dos homens com quem se deitara no dia anterior lhe deu um endereço no centro da cidade, um local de meretrício, que Elisa começou a frequentar. Passava as tardes lá, enquanto o marido trabalhava. Voltava para casa mais feliz e esperançosa, a menina melhorava a olhos vistos.
Para preservar a honra do marido, Elisa se vestia de cigana, cobrindo o rosto com um véu. O mistério tornava tudo mais excitante. A clientela crescia. O marido soube da nova prostituta e quis experimentar. Na cama com a Cigana, o prazer foi surpreendente, muito maior do que sentira com Elisa e que nunca fora superado com outra mulher. Seria escravo da Cigana se ela assim o desejasse. Mas a Cigana nunca mais quis recebê-lo.
A insistência dele foi inútil. "Um dia te mato na porta do cabaré", ele a ameaçou, ressentido e enciumado. Ela se manteve irredutível.
Num entardecer de inverno, ele esperou pela Cigana na porta do puteiro e, na penumbra, lhe deu sete facadas. Assustado, olhou o corpo ensanguentado da morta estirado no chão e reconheceu, no piscar do néon do cabaré, o rosto desvelado de Elisa. Um enfarto o matou ali mesmo.
Longe dali, no terreiro de mãe Júlia, o ritmo dos tambores era arrebatador. As filhas-de-santo giravam na roda, esperando a incorporação de suas entidades.
Na gira de quimbanda, exus e pombagiras eram chamados. Os clientes, que lotavam a platéia, esperavam sua vez de falar de seus problemas e resolver suas causas. As entidades foram chegando, e o ambiente se encheu de gargalhadas e gestos obscenos. O ar cheirava a suor, perfume barato, fumaça de tabaco, cachaça e cerveja. A força invisível da magia ia se tornando mais espessa, quase podia ser tocada.
Cada entidade manifestada no transe se identificava cantando seu ponto. De repente, uma filha-de-santo iniciante, e que nunca entrara em transe, incorporou uma pombagira.
Com atrevimento ela se aproximou dos atabaques e cantou o seu ponto, que até então ninguém ali ouvira: "Você disse que me matava/na porta do cabaré/ Me deu sete facadas/ mas nenhuma me acertou/ Sou Pombagira Cigana/ aquela que você amou/ Cigana das Sete Facadas/ aquela que te matou".
Mãe Júlia correu para receber a pombagira, abraçou-a e lhe ofereceu uma taça de champanhe. "Seja bem-vinda, minha senhora. Seu coração foi libertado", disse a mãe-de-santo, se curvando.
Pombagira Cigana das Sete Facadas retribuiu o cumprimento e, gargalhando, se pôs a dançar no centro do salão.