segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Cigana Lola

Nascida na Romênia e criada na Espanha, a Cigana Lola foi destaque entre os seus. Muito cedo mostrou aptidão pela dança e paixão pelos aplausos. Costumava fazer apresentações entre gadjos (não-ciganos) e conquistou fama em solo espanhol. Era temperamental, no entanto, respeitava os costumes de seu povo, chegando a casar com um cigano que seus pais escolheram sem fazer nenhuma objeção, mesmo não estando apaixonada. Dominava o sapateado, mas preferia rodopiar descalça em praças e tablados com véus coloridos e saias rodadas. Os vestidos que esta cigana usava eram requintados e arrematados com pedrarias. Carismática, conquistava a todos com seu sorriso e encanto, demonstrava claramente suas habilidades em chamar para si as atenções. Sua graciosidade podia ser notada pelo respaldo que tinha em lotar os lugares por onde se apresentava.
Quando o espírito de Lola chega em Terra faz honrosa saudação à Santa Sara, logo após pede véus, lenços ou xales de cores vivas. Gosta de se enfeitar com brincos grandes, braceletes e vários anéis. Sua bebida predileta é vinho branco, mas aceita champanhe ou coquetel de frutas com o mesmo apreço. Sente prazer em cantarolar, e quando conversa, nota-se certo sotaque espanhol.
A Cigana Lola se mostra determinada, altiva e cheia de vigor. Adora chamegos e paparicos, diz ser uma artista no qual sua estrela jamais será ofuscada. Para agradá-la em oferendas faz-se com rosas e velas vermelhas, perfume e incensos com essências florais, xales e véus em tons vibrantes. Seus encantamentos são direcionados para quem busca sucesso e fama, seja no âmbito social ou profissional.
  • Valéria Fernandes

Pintura Cigana de Maria do Carmo da Hora
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Cigana Dalila

Em passagem por este plano, a Cigana Dalila gozou de vida breve, partiu por volta de seus 19 ou 20 anos. Desde criança a meiga Cigana havia sido prometida para um cigano conforme os costumes de seu povo, entretanto, pouco antes de seu casamento, foi picada por uma cobra próximo ao seu acampamento e agonizou por longas horas. Ao ser encontrada desfalecida, todo seu clã se reuniu para tentar salvá-la, mas não houve kakus (feiticeiros), benzeduras ou rezas que conseguissem mudar tão triste sina, era sua hora.
Quem trabalha com esta Cigana sabe o valor da luz, alegria e espontaneidade que a mesma transmite. É leve, gosta de dançar e saltitar quando incorporada, apresenta-se com ares juvenil. Tem preferência por cores suaves, mas não dispensa o colorido. É faceira, porém deixa os médiuns à vontade quanto aos acessórios e vestimentas. Não costuma pedir bebida, contudo, se a oferecem vinho, ela toma com prazer. Ao ser solicitada para fazer magias a Cigana Dalila chama pelo espírito de seu amor para que trabalhem juntos. Diz gostar de ler cartas, mãos e de tocar banjo para harmonizar os ambientes em que ela aporta. Em consulta, ensina banhos de limpeza espiritual e dá dicas de simpatias para o amor, apregoando a fé em Santa Sara Kali. Quando ouvida a respeito de sua encarnação passada, Dalila conta que seu prometido fazia-lhe serenatas ao som de violinos à beira de uma fogueira, e em retribuição ela mostrava a banjoísta que era, dedilhando suavemente pelas cordas de seu instrumento que somente ela tocava em todo seu grupo.

As cores de velas da Cigana Dalila podem ser rosa ou amarela. Satisfaz-se quando recebe baralhos em oferendas ou alguma peça de valor afetivo da pessoa que está pedindo seu auxílio. Da mesma forma fica contente quando ganha fitas coloridas e pandeiro em forma de lua.
  • Valéria Fernandes
Pintura Cigana de Egron Lundgren
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Cigano Pietro

Este é um dos mais recentes trabalhos da pintora Maria do Carmo da Hora, trata-se de Pietro, um lindo cigano que parece carregar consigo os segredos do céu e do mar dentro dos olhos.

A postura do Cigano Pietro descontraída, recostado em uma árvore e à beira de uma estrada, não esconde a altivez e o vigor que a pintora conseguiu captar. A retração deixa clara sua preferência por adornos, e, principalmente por anéis com pedras, já que Pietro usa dois destes acessórios. O gosto pelo vinho também está salientado, bem como sua habilidade com o punhal, embora não esteja fazendo uso do mesmo.

Em pausa ou não para pernoitar, posto os cavalos estarem sem rédeas, é certo que lá atrás, próximo ao vagão, há uma cigana vestida com uma saia de sete cores. Será a Cigana Sete Saias a companheira do encantador Cigano Pietro nesta jornada? Somente os verdejantes campos e a lua que apontou no céu testemunharam como cúmplices este mágico momento!
Valéria Fernandeshttp://www.losciganos.blogspot.com.br/search?updated-max=2011-02-08T00:48:00-03:00&max-results=100&reverse-paginate=true

Elementos da mesa para o jogo de cartas ciganas

Não é de agora que me perguntam qual a maneira mais adequada de preparar uma mesa para jogar cartas ciganas, e como acredito que não existe uma fórmula correta, posto ser algo pessoal, vou me ater apenas a dar sugestões.

- O primeiro fator que deve ser considerado é a cor da toalha da mesa, esta pode ter qualquer nuance ou estampa, desde que não atrapalhe a visualização das lâminas quando em posição de leitura. Cores lisas e tons mais fechados ressaltam muito bem as cartas: vermelho bordô, vinho, roxo, azul marinho. As cores claras suavizam o ambiente, porém tiram um pouco da vivacidade do lugar. As estampadas têm muita informação e podem se confundir com as ilustrações das cartas, mas para este caso o recurso de sobrepor uma outra toalha lisa e menor na parte central da mesa dá um aspecto limpo e elegante, sem tirar o colorido. Toques dourados ou prateados nas bodas de tolhas lisas também dão certo requinte.
- Para quem gosta de usar velas durante o jogo, o ideal é acender somente uma para não esquentar o recinto e nem incomodar o consulente com calor e fumaça. A cor da vela pode ser a da preferência da cigana(o) que protege e intui o cartomante (quando este tem um guia), como pode ser qualquer outra que a intuição mandar. Velas e castiçais pequenos são mais aconselháveis para uma mesa de jogo, acabam rápido e tomam pouco espaço.

- No que diz respeito a incensos, estes devem seguir a mesma linha de raciocínio do uso de velas: conforme o gosto da cigana(o) ou pessoal. Contudo, a fumaça muito próxima ao consulente é incômoda, podendo ocasionar alergias. Bem mais elegante seria acendê-los em outro local que não seja em cima da mesa do jogo.

- Pedras, cristais e moedas são bem-vindas, assim como pequenos amuletos, desde que não limite demais o campo de atuação. Se houver uma bola de cristal, seria de bom tom esta não chamar mais atenção do que as próprias cartas, pois não é a estrela da vez.

- É comum o uso de punhal em uma mesa de jogo cigano, no entanto, quando se faz atendimento a pessoas desconhecidas, deixar uma arma por perto é correr um risco desnecessário. Nestes casos o recurso tradicional de colocar o punhal sob a toalha como proteção de fluidos negativos revela sabedoria e prudência.

- Muitas pessoas usam uma taça ou um copo com água para purificar o local e reter pretensas energias negativas, todavia, estes podem ser colocados em outro móvel do mesmo espaço para não amontoar a mesa do cartomante. Outro fator a ser considerado é o risco de derramar água sobre as cartas, podendo estragar o baralho se não for impermeável.

- Imagens e bonecos ciganos dão graça, cor e estilo enquanto paramento, mas fica bem melhor quando usados em miniaturas.


Muitas alternativas existem para serem usadas na mesa de um jogo cigano, porém, o principal é ter o toque do cartomante conforme suas crenças ou seu gosto por decoração.
Valéria Fernandes

Pintura Cigana de Rosana
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Cigano Manolo

Ultimamente os ciganos de origem espanhola andam me rondando e não tenho ideia do motivo, mas desejo abrir um parêntese para falar de um cigano de origem italiana que muito me comove. Trata-se do Cigano Manolo, um velho barô de sensibilidade singular para entender a alma humana.
Ciganos
A primeira vez que Manolo me visitou foi no dia 31 de dezembro de 2009, ocasião que parei a consulta de tarô que estava em andamento para dar um passe na minha consulente que demonstrava grande aflição com seus problemas em família. A desordem e discórdia estavam instaladas na casa dos pais da moça de 30 anos que se consultava, e pelo tarô identifiquei um amontoado de magias refletindo ativamente na desunião do casal. Na hora do passe o Cigano Manolo chegou e interveio para esclarecer algumas dúvidas que eu me recusava em acreditar por intermédio das cartas. Ele afirmou que a responsável pelas mazelas dos pais da jovem era sua avó paterna que desejava a todo custo separar o filho da nora, disse ainda que a casa de seus pais se encontrava cheia de feitiçarias. Com carinho e cuidado Manolo me instruiu como desfazer as magias, visto a complexidade da situação não poder ser resolvida com passes. A consulente confirmou o desafeto de sua avó paterna por sua mãe, admitindo de imediato o “diagnóstico” de Manolo e aceitou as dicas do sábio Cigano.

Após dar as instruções, o Cigano Manolo falou de mim e ao meu coração. Era um desvelo tão grande para comigo que me emocionou. A energia deste Cigano emanava paz, bondade, simplicidade e grande sabedoria. Como não poderia deixar de ser, fez algumas previsões e se fez conhecer um pouco mais. Disse ser protetor de seu clã quando em passagem neste plano, mostrando ter a missão de auxiliar os lares dos que agora estão na Terra. Falou sobre justiça, sobre amor fraternal e sobre os longos anos que viveu feliz entre seu povo e suas caravanas. Depois abençoou o meu trabalho, minha tenda, minha vida e minha consulente, partindo de forma serena como chegou.

Desde então passei a orar para o espírito do Cigano Manolo com o mesmo zelo que tenho pelos meus guias. Não costumo chamá-lo assiduamente para trabalhar, mas quando o faço, ele vem com sua mansidão e sensatez. Jamais demonstrou apego às coisas terrenas. Para agradá-lo em oferenda basta uma vela amarela.

Observação: não citei este cigano antes aqui no blog por falta de ilustração para acompanhar o texto, pois ciganos idosos e do sexo masculino, raramente são retratados. Encontrei esta imagem e logo tratei de digitar os traços de minhas lembranças como forma de homenagear meu querido Cigano Manolo, o derradeiro presente do ano de 2009.
  • Valéria Fernandes

Pintura Cigana de Rita Andrade
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Cigana Dália de Andaluzia


Não tardou para se aproximar uma cigana de postura ereta, gestos determinados e expressão inigualável. Seu nome é Dália, nascida em Andaluzia e radicada em Paris/França. Optou por não seguir a vida nômade junto com os seus, posto ter almejado estudar artes plásticas e abraçar a vocação que cedo descobriu, e, segundo ela, entre sua gente, jamais teria condição de se dedicar à sua difícil escolha de vida.

A Cigana Dália acredita que até hoje seu povo não a entendeu, mas deixa claro que nunca escondeu ou negou suas raízes, longe disso, orgulhava-se dos costumes ciganos e nutria sua alma com o aprendizado que teve entre sua gente. Após muitos anos de situações difíceis e embaraçosas, até mesmo sentindo a dor da solidão, Dália conquistou seu lugar ao sol; tornou-se uma pintora como queria, casou e constituiu família.

Fina e educada, Dália demonstra claramente seu gosto pelo requinte, aprecia vestimentas de luxo, frutas secas e um bom vinho. Tintas e pinceis não fazem mais parte de seus apegos atuais, evidencia preferência por perfume francês, velas aromáticas em castiçais dourados, lenços de renda e xales bordados com pedrarias. Também fica feliz ao receber em oferenda licor de menta, panetone, rosas vermelhas e maquiagem. Trabalha para auxiliar quem por ela chama na prosperidade, isto devido ter tido uma vida abastada depois de tantos sacrifícios.

A vibração desta Cigana é forte e ao mesmo tempo chega a ser sutil. Por mais envolvente que seja, não demonstra a sensualidade comum inerente nas mulheres ciganas, e sim uma grande disposição em mostra-se interiormente, dando o recado de alguém que soube lutar para conquistar seu espaço. No instante que se mostra assim, Dália parece esquecer sua predileção pelo refinamento.

Esta retratação da Cigana Dália feita por Maria do Carmo da Hora já está comigo há algum tempo, mas não conseguia absorver nada destes enigmáticos olhos azuis. Hoje sei que tive que esperar o momento oportuno para saber um pouco que seja desta bela Cigana que teve uma vida tão peculiar.
  • Valéria Fernandes
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Esta bela Cigana, cujas vibrações são sentidas mais fortemente entre as chamas flamejantes das fogueiras, dos bastões em brasa ou pelas fagulhas de velas, dias desses, na calada da noite, esteve em minha tenda e evitou que minha tsara se transformasse em cinzas.
Em meu altar é constante a presença de velas, jamais o deixo sem iluminação que seja do agrado de meus guias, e, em uma determinada noite (cinco dias atrás), havia uma vela de sete dias com as sete cores do arco-íris consumindo normalmente, tanto que, antes de dormir fui ao meu sagrado cantinho, fiz minhas orações e nada notei de errado, mas quando acordei a vela estava apagada. Achei estranho, troquei a vela que estava pela metade e prossegui meu dia de trabalho. Por volta das 17:00h uma amiga que também é médium me telefonou e contou que “sua cigana” havia passado aqui na noite anterior para me livrar de uma situação perigosa. Fiquei perplexa e contei para minha amiga sobre o acontecido, e juntas, constatamos que fui agraciada com a intervenção da Cigana Samara.
Diante dos fatos, agradeço mais uma vez esta bela Cigana que transita pelo fogo e impera entre as salamandras. Agradeço do mesmo modo à minha querida amiga Ana Júlia por manter-se em plena sintonia espiritual comigo.
Opchá Cigana Samara e sua protegida!!!
Valéria Fernandeshttp://www.losciganos.blogspot.com.br/search?updated-max=2011-02-08T00:48:00-03:00&max-results=100&reverse-paginate=true

Cigana Radja


Três ou quatro leitoras, não lembro ao certo, pediram-me informações sobre uma cigana chamada Radja, não respondi anteriormente por desconhecê-la. Ontem à noite, aparentemente do nada, senti uma cigana bem jovem próxima a mim, sua energia não era infantil nem adulta, diria que um meio termo. Tentei captar o máximo que pude de elementos sobre ela, mas não consegui muito, e o que obtive estou partilhando.
Primeiramente se apresentou como Cigana Radja, em seguida demonstrou gostar de cores fortes e com muito brilho, sem detalhar preferência por adornos ou vestimentas. Deixou claro que gosta de ouvir música, de dançar e de tocar pandeiro entre sua gente, também evidenciou seu apreço em receber oferendas de velas amarelas e frutas em um balaio.
A vibração desta cigana é de alegria com um misto de inquietude, pois a tranquilidade desaparece em meio a tanto vigor emanado por ela. Permaneceu pouco tempo comigo, não mais que meia hora, entretanto deu para notar que a Cigana Radja é temperamental e ousada. Da mesma forma impetuosa que chegou, partiu sem deixar vestígios.

Caso Radja apareça outra vez em minha tenda, tentarei lidar com seu jeito agitado de se manifestar, para então lograr melhor êxito sobre suas preferências. Quem sabe até extrair alguma mensagem de conforto, visto eu ter sentido falta!


  • Valéria Fernandes
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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Cigana Raiana (Rayanna)

Rayanna foi uma cigana meiga, espiritualizada e dedicada ao seu clã; casou conforme a tradição cigana e viveu longos anos. Entretanto, quando chega a Terra, vem com a irradiação da jovialidade de seus primeiros anos de casada. Gosta de se sentir útil e de falar sobre suas predições por meio das mancias e dos oráculos que usa. Ela lê mãos, joga baralho e patacas quando incorporada, mesmo que o(a) médium que a incorpore não tenha seu dom. Em vida, ganhava seu dinheiro somente lendo a sorte para ajudar no sustento da família e jamais passou por privações materiais.
Em sua tenda havia um altar no qual Rayanna se recolhia para fazer orações à Santa Sara Kali e aos seus ancestrais logo ao amanhecer. Mantinha o altar sempre enfeitado com toalhas estampadas, fitas coloridas, flores ou rosas brancas. No entanto, não foi uma cigana por demais vaidosa, era mais estimulada pelos conhecimentos transcendentais. Gostava de ler as anotações das mulheres mais velhas para assim conhecer os segredos da alma e, mais tarde, ter alimentos espirituais a repassar para outras gerações.

A grande magia da Cigana Rayanna está na doação da paz interior. Sente prazer em trabalhar apaziguando confusões, bem como se agrada ao abrandar os corações endurecidos. Protege as famílias para que a concórdia e virtude prevaleçam nos lares que ela abençoar, como também socorre homens e mulheres ainda solteiros que têm relacionamentos turbulentos. É ótima conselheira espiritual e costuma otimizar a própria fé como forma de retribuir as graças que alcançou quando passou por este plano.

Para agradar Rayanna é bom ter a imagem da Padroeira dos Ciganos em casa, acender incensos suaves e ofertá-los juntamente com uma vela azul clara; ela saberá como conduzir a energia da cor e dos aromas temperados.


Canalização feita por mim através da “Minha Cigana” no dia 16 de maio de 2010 que dedico a Ana Clara Martins de Macaé-RJ.
Valéria Fernandes

Cigana das Rosas

Há uma lenda que a Cigana das Rosas ficou conhecida por este nome desde seu nascimento; ocasião em que sua mãe teria morrido poucas horas após o difícil parto. Então, familiares e amigos diante do pesar, teriam lhe levado rosas das mais belas cores como forma de apaziguar a dura realidade que a ciganinha teria que enfrentar por toda vida. E assim, sua avó materna dotada de grande sensibilidade, batizou-a entre os ciganos com este nome para que a menina tivesse continuamente motivos para se alegrar. Não foi diferente. A pequena cigana foi crescendo sempre nutrindo grande amor pela natureza, em especial pelas rosas dos lugarejos por onde passava.
Quando já crescida, por mais que seus cabelos estivessem adornados por fitas, tiaras ou lenços, a rosa não podia faltar. Entretanto, para além de adereço, a rosa da Cigana era cobiçada como sinal alegria inesperada, de superação e vitória das lutas diárias. Quem convivia com esta cigana, estava sempre a espera de receber da mesma este mimo como símbolo de boa sorte. Dizem que no dia de sua morte, centenas de pessoas abriram caminho com rosas coloridas até o lugar onde ela foi sepultada. E na hora da despedida final, uma chuva de pétalas coloriu o adeus que a Cigana das Rosas não pôde dar.
Fala-se que, quando seu espírito vem à Terra para trabalhar, as rosas que recebe logo são despetaladas pela Cigana e arremessadas para o alto como indício de paz e bênçãos sobre aqueles que estão em volta.
  • Valéria Fernandes
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Cigana Salomé do Egito

A Cigana Salomé do Egito quando chega a Terra primeiramente saúda Alá, Santa Sara e todo o Povo do Oriente, só depois começa a trabalhar. Canta e dança com bastante entusiasmo, e logo pede um leque para realçar seu bailado. Quando o(a) médium que a incorpora tem em mãos um xale ou lenço, é visível sua aprovação, pois dá um jeitinho de fazer um turbante e com largo sorriso segue a rodopiar. Após sua dança, atende atenciosamente quem a solicita, e com voz doce e mansa vai dando a sua bênção e seus conselhos, só depois fala de si.

Com frequência a Cigana Salomé expõe seus gostos, dizendo apreciar as cores de fim de tarde que lembrem as escaldantes areias do deserto. Conta que tem vários véus coloridos com bordados em dourado, de forma que combine com brincos, anéis, pulseiras e cordões de ouro que ela possui guardados em um baú. Mesmo ressaltando sua preferência por vestimentas e adornos majestosos, não é uma cigana exigente, ao contrário, se mostra alegre quando lhe é entregue um singelo pandeiro enfeitado com fitas coloridas.

Salomé do Egito é vidente e lê cartas, no entanto prefere trabalhar diretamente com magia. Para o amor ela usa lua, estrelas e corações como símbolos em seus feitiços, bem como incensos de chocolate com pimenta, velas laranja e lilás para unir casais. Não podem faltar em quaisquer de suas encantarias a fartura de mel e de canela.

Recebe oferendas com velas amarelas e moedas douradas. Aprecia as peças metálicas por sua beleza reluzente, não pelo valor que possam ter. Para fazer um pedido a Cigana do Egito para abrir caminhos no trabalho e nas finanças, basta lhe preparar em um recipiente de louça 21 de moedas correntes em 3 camadas de 7 moedas, cada uma das 3 regadas por mel, e por último polvilhar com canela fresca ou raspas do pau-canela. E claro, ofertar a vela na cor de sua preferência.

Ao chamar a Cigana Salomé do Egito para fazer um encanto é aconselhável convidar juntamente os Ciganos do Oriente para abençoar o trabalho, eles são unidos na força e se ajudam mutuamente.
Valéria Fernandes

Cigana Sarita da Estrada

a Cigana Sarita da Estrada tem aparência de uma mulher por volta de seus 45 anos, tendo a pele morena com traços afilados, bem definidos e bronzeado singular. Seus lábios são carnudos e quando chega a Terra gosta de usar batom vermelho acobreado. Possui cabelos negros, longos com ondulações que vão até a cintura - ela faz questão de deixá-los soltos ao vento. Tem olhos castanhos amendoados com os quais sente prazer em realçar sua beleza através de sombras escuras ou de cor azul. Sua cintura é fina e suas pernas são bem torneadas, no entanto tem preferência por usar saias longas e rodadas, que dão certo ar de recato conforme suas características íntimas.

Esta Cigana prioriza as cores vermelha, laranja e azul quando para se vestir. Usa braceletes e pulseiras de ouro, colares e anéis com pedras, porém o anel que usa na mão direita é destaque: de ouro com pedra rubi. Na cabeça costuma usar tiaras douradas ou uma vistosa rosa vermelha. Diz ter sido uma rainha que gozava de pompas e ricos bens materiais. Possuía jóias e vestimentas luxuosas e ainda desfruta desse brilho e glamour. Contudo, mesmo sabendo que Cristyanne não pode dar-lhe o aparato de que um dia usufruiu, disse que trabalharia com ela até mesmo debaixo de uma árvore, já que escolheu sua protegida pelo teor de sua alma, não pelos fins materiais.

A Cigana Sarita da Estrada porta-se como a rainha da caravana de luz da tsara da médium. É meiga, doce, tem modos delicados e finos até no sentar; quando o faz parece tomar posse de seu trono. Não dispensa uma taça de champanhe no qual seus gestos elegantes e graciosos são ressaltados. Fala baixo e pausadamente, usa português correto e limpo de gírias. Conta que não fala em sua língua pátria porque assim não se faria entender para auxiliar a quem dela precisa. Por vezes sente dificuldade com algumas expressões, então recorre a quem estiver por perto para esclarecimento. Sente-se feliz ao ouvir música cigana e costuma dançar suavemente com seu leque e seu pandeiro enfeitado por fitas coloridas.

Sarita da Estrada é uma cigana sábia, vivida, ética e de comportamento exemplar. Aos consulentes só diz o que acredita ser verdade. Tem natureza justiceira e não permite que alguém sob os seus cuidados sofra por injúrias. Diz ser casada com um “chefe/rei” de uma grande caravana de ciganos de luz, caravana esta que, de acordo com Sarita, seu papel é o de ser rainha e mentora de todos que dela pertencem. No caso, trata-se dos ciganos que acompanham Cristyanne em sua tenda.

Um fato curioso: na casa de Cris há uma gata que se chama Luna, e a Cigana da Estrada diz que a felina é dela, põe-na no colo, conversa com ela e diz que obtém respostas.

CCE
As oferendas para a Cigana Sarita da Estrada são feitas pela distinção das fases lunares, e somente a cada trabalho (para amor, prosperidade, limpeza, etc.) pode-se designar o que deve ser ofertado. Já as suas velas são sempre cor-de-rosa, devido ser uma Cigana que desce com intuito de aperfeiçoar os sentimentos como um todo, não só o amor entre casais. Também recebe frutas verdes, vermelhas e amarelas, com caroço e sem caroço. Gosta igualmente de comidas salgadas da culinária tipicamente cigana. O tipo de magia indicará o que será usado. As ofertas de incensos seguem o mesmo padrão de raciocínio, a exemplo: para o amor ela usa os de rosas e florais (violeta, orquídea, lavanda, rosa branca entre outros). Para outros encantamentos, outros incensos.

Para finalizar esta homenagem, destaco que o nome Cigana Sarita da Estrada pode ser interpretado como Cigana Sarita dos Caminhos, posto ela dizer que abre os caminhos que o espírito humano costuma se aprisionar. Seu maior trabalho é lapidar os sentimentos brutos, acalentar os corações sofridos, transformar as perturbações em paz e transpor quaisquer barreiras internas que geram malefícios para quem carece de tranquilidade interior. Entretanto, quando o assunto gira em torno da ausência de prosperidade esta Cigana também se propõe a ajudar.


Não sei ao certo se cumpri de fato a missão que me foi destinada, mas desejo profundamente que Cristyanne possa prosseguir sua caminhada no bem, com muita luz e felicidade. À Cigana Sarita da Estrada agradeço a honra de sua visita e escolha, pois certamente que não viria em minha tenda se não houvesse um propósito maior.


  • Valéria Fernandes

Pintura Cigana de Agnes Dosanto
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Cigana Zoraide

Em vida, a Cigana Zoraide apreciava se aproximar de homens não-ciganos que gozassem de boa posição social e financeira. Era saudável, jovem, bonita e destemida; não media esforços para possuir jóias e roupas de qualidade superior as que costumava ter. Certa vez encontrou um jovem que caiu de amores por ela, iniciando desta forma um romance com intuito de desfrutar dos mimos que o rapaz poderia proporcioná-la. Assim que conquistou o que tanto almejava, descaradamente passou a evitar o jovem gerando revolta no mesmo. O não-cigano inconformado pelo caráter ambíguo de Zoraide e sofrendo por amor, reivindicou receber de volta todos os presentes que havia lhe dado. Insolente e atrevida, a Cigana se negou a devolver. Alguns dias passaram, mas a indignação do jovem apaixonado só tornou-se maior. Ele foi ao acampamento no qual Zoraide pousava com os seus, entrou sorrateiramente e cravou um punhal no peito da Cigana. A moça morreu na hora e seu corpo foi colocado na fogueira com a finalidade de purificar sua alma mesquinha.

Quando o espírito da Cigana Zoraide chega a Terra vem com doçura e meiguice sem igual. Ela conta sua história mostrando que se redimiu e que não guarda traços desta época medíocre e amoral. Dá bons conselhos, apregoa a paz familiar, acalenta corações sofridos por diversos males, entretanto sua magia é direcionada para o amor entre casais. Ela trabalha retirando obstáculos da vida amorosa de quem por ela clama. Quando se trata de um relacionamento que está parado e sem ânimo, Zoraide revitaliza com facilidade. Costuma usar água ardente para limpeza, perfumes adocicados e velas aromáticas para a reaproximação, também confecciona patoás para proteção. Diz que não precisa de muitos aparatos, contudo, faz longos encantamentos com fitas coloridas, maçãs e cascas de pêras.
Zoraide estima receber oferendas de velas lilás, rosas e azuis claras em pares, desde que sejam acesas antes das seis horas da tarde. Os adornos de sua preferência são de lenços com franjas, brincos e pulseiras douradas.
  • Valéria Fernandes

Pintura Cigana de Maria do Carmo da Horahttp://www.losciganos.blogspot.com.br/search?updated-max=2010-12-03T16:30:00-03:00&max-results=100&reverse-paginate=true

Oferendas Ciganas em altar

dia desses me deparei com um artigo que achei por demais estranho. O mesmo dizia que em um Altar Cigano deve ter vinho para o cigano e licor a cigana; achei um absurdo! O altar não deve de maneira alguma ser maculado, pois sabe-se que é um lugar de louvor e graças, um espaço sagrado. Somente deverão fazer parte deste ambiente materiais magísticos ou de decoração ao agrado do povo cigano. E se por ventura um Cigano(a) pedir bebida no altar, este estará em pleno trabalho, ou seja, aquele pedido tem um fundamento para aquela ocasião, e a energia da bebida em questão certamente que será manipulada para magia. Além de que, nem todo cigano gosta de vinho (meu cigano protetor não gosta) e nem toda cigana aprecia licor.
Está longe de ser regra, mas o ideal para se fazer oferendas em casa com bebidas é em uma mesa ou tabuleiro forrado por uma toalha ou lenço a gosto de quem faz a entrega, não obrigatoriamente precisarão ser estampadas como dizem por aí. O forro dá-se pela beleza e cuidados, não é um item indispensável. Todas as minhas ofertas de bebidas alcoólicas, sucos e frutas são feitas em bandejas e colocadas sobre uma mesa bem próxima ao altar. Já as flores ficam sobre o ambiente de veneração.

Mesmo expressando meu modo de trabalhar com as entidades de minha tenda, deixo claro que cada espírito cigano tem sua individualidade e gosto próprio, embora a grande maioria dos rituais tenha traços em comum. Portanto, devo salientar que “as regras” são mais apropriadas quando ditadas pelos nossos protetores. Como diz um antigo ditado popular: “cada cabeça é uma sentença!”.

  • Valéria Fernandes
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Cigana Mina

Mina foi uma formosa cigana nascida no norte da Índia no século do Êxodo Cigano, e mesmo sendo de uma casta muito baixa denominada de “párias” (hoje conhecida como “dalit”), jamais abandonou sua pátria e suas crenças. Enquanto quase todo o povo cigano saía da Índia em busca de lugares que o acolhesse com o devido respeito, a Cigana Mina se submeteu às normas invasivas do lugar. Casou, teve filhos, muito embora os tenha criado por longos anos com bastante dificuldade. Somente com o passar dos tempos foi que Mina e sua família puderam gozar de algumas regalias, estas conquistadas através do esforço familiar. Desencarnou idosa, mas se apresenta jovem e faceira.

Quando a Cigana Mina chega em Terra reverencia os deuses hindus. Saúda Lord Ganesha na intenção de retirar os obstáculos dos caminhos de quem estiver presente, já à deusa Lakshmi a bela Cigana pede fartura de alimentos e abundância de amor. Canta e dança sem inibições. Não costuma aportar em centros religiosos devido escolher os médiuns que trabalhem exclusivamente com as raízes ciganas.

Adora ser presenteada por jóias (bijuterias), principalmente por muitas pulseiras, anéis e brincos vistosos. Como adorno de cabeça prefere lenços grandes, no entanto as tiaras e testeiras a deixem muito contente. No que se refere à cor de suas roupas aceita bem as que têm tons cobres, vermelhos e alaranjados. Gosta de muitas correntes douradas no pescoço e tornozeleiras prateadas. A única exigência de Mina é que na casa em que ela "ancore" com frequência tenha um quadro, tapeçaria ou estatuetas com as imagens dos deuses Ganesha e Lakshmi respectivamente.

A magia da Cigana Mina é muito peculiar. Ela manipula incensos de varetas e tabletes, velas coloridas, um pedaço de tecido fino, linha, agulha e moedas correntes. Sua encantaria é direcionada quase sempre para prosperidade. A cor de vela para oferecer a Cigana Mina é laranja, já a essência de incenso é flor de lótus ou jasmim.
  • Valéria Fernandes
Pintura de G. Bendne
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Vela Vermelha na Magia Cigana


Uma das cores de velas mais usadas na magia cigana é a vermelha, isto porque a grande maioria das entidades espirituais manipula a energia que falta ao indivíduo que requer um encantamento, mesmo sem este saber a verdadeira raiz de seu problema.

O vermelho é salutarmente indicado para quem precisa de intensidade, dinamismo, energia e iniciativa para agir em determinadas circunstâncias. Como é a cor do vigor sexual, da paixão e da sensualidade, esta nuance potencializa tais práticas, ativando o magnetismo pessoal e, consequentemente a auto-estima. Ajuda na aproximação com outra pessoa, auxilia os encontros efêmeros, mas não é apropriada para velar o amor.
A vela pigmentada de vermelho anula a moleza, a apatia e a introspecção. Está muito ligada à matéria, ao físico. E por ser uma cor quente e forte, deve ser usada com moderação, sob o risco de emanar hostilidade, causando comportamentos adversos ao desejado. Este tom irradia autoridade, ou seja, faz com que uma pessoa exerça poder sobre outra, sendo assim, em qualquer relação a dois, pode causar desequilíbrio. Também é uma cor de proteção contra diversos feitiços, a exemplo da inveja e do mal-olhado. Quando usada pelos malfazejos exploram a vingança, a aversão e a ira por meio deste matiz.
Acender uma vela vermelha é ligar-se a manifestação de uma força atuante, ao movimento, ao comportamento viril e ao combate em vários níveis!
  • Valéria Fernandes
Pintura Cigana de Elżbieta Brożekhttp://www.losciganos.blogspot.com.br/search?updated-max=2010-12-03T16:30:00-03:00&max-results=100&reverse-paginate=true

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Cigana Claudia

E a história de sua última vida...

Claudia Soares de Castañeda viveu no século XVII na Europa, viajando com a Caravana Cigana por diversos países. Nasceu entre o povo Romanês (povo Rom), que perdeu suas terras para a Inquisição. Dessa forma viraram comerciantes e por onde passavam deixavam sua marca, sua alegria e seus ensinamentos. Claudia era conhecida por sua beleza e respeitada entre os demais por seus dons de sortilégios. Era casada com o chefe da tribo.
Em uma das viagens, o clã dos ciganos passou pela França, despertando a curiosidade de um general, que passou a frequentar o acampamento para sanar suas curiosidades... Com o tempo enamorou-se de Claudia e propôs a ela fugirem para ficarem juntos; mas Claudia o repreendeu, pois era fiel aos costumes de seu povo. Cego de paixão e ciúmes, o General a raptou, tentando obrigá-la a aceitá-lo. Percebendo que não conseguiria seu intento mandou queimar toda a tribo e Claudia foi martirizada e queimada como feiticeira em praça pública.
Claudia, após seu desencarne, passou a servir a Umbanda como Guia Espiritual na Linha  das Águas, na Falange do Povo do Oriente. Ela possui um nome particular pelo qual é reconhecida nas Falanges de Aruanda, mas esse nome não posso lhes contar.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Pombagira Cigana das Encruzilhadas...

"Vinha caminhando a pé, para ver se encontrava a minha Cigana de fé.
Ela parou e leu minha mão e disse-me toda a verdade... E eu só queria saber onde mora: Pombagira Cigana de fé!"

Essa Pombagira Cigana possui uma história bastante peculiar de solidão e sofrimento. Nasceu na Baviera (Bayern - popularmente conhecida por Bavária), uma das maiores regiões da Alemanha. Seu nascimeno foi muito festejado por seus pais, que pertenciam a religião pagã dos Celtas - o Druidismo. Ela seria uma sacerdotisa (druidesa) e desde muito cedo aprendeu a arte de curar, os nomes das ervas e a interpretar os sinais da natureza. Aos doze anos era uma linda menina que conhecia muito de sua antiga religião.
Nessa época a Inquição fazia incursões pela Europa caçando "bruxas" e antigos seguidores das religiões ancestrais. Seus pais sempre mantinham tudo muito bem guardado e escondido num porão. Mas, alguém os delatou e a Inquisação bateu em sua porta. Seus pais foram presos, julgados e condenados. Seu irmão foi degolado ali mesmo. E ela, por ser menina, foi preservada e levada até a Itália, para ser a serva de um importante Bispo. Durante um ano tentou em vão escapar. Quando a oportunidade surgiu, ela apunhalou seu captor e conseguiu fugir. Foi ajudada por um guarda em troca de favores sexuais.
Atravessou a Itália, com a intenção de retornar à Alemanha, mas quando soube das Guerras que por lá estavam acontecendo, decidiu ir para a França. Já estava com 17 anos e toda a sua inocência havia se perdido. Agora conhecia a realidade da vida e a crueldade do homem. Sobreviveu na travessia, escondendo-se pela estrada, viajando a noite e trocando favores como podia.  Ela chegou ao sul da França em 1728 e se instalou numa choupana abandonada próximo a um vilarejo. Com o tempo, começou a praticar sua antiga religião e começou a ser procurada por aqueles que precisavam de ajuda. Ganhou a confiança do vilarejo e pode viver tranquilamente por vinte anos. Nunca quis casar, porque ainda lembrava os maus tratos que sofreu, quando menina, nas mãos de seu captor.
Porém, a Inquisição voltou a encontrá-la e dessa vez não escapou. Foi presa, julgada e condenada por prática de bruxaria. Torturam-na e enforcaram-na numa encruzilhada da vila. Muitos no vilarejo também foram mortos. Durante algum tempo seu espírito vagou querendo vingança e perseguindo aqueles que a condenaram. Quando foi recolhida à Aruanda compreendeu sua história e relembrou sua missão de vida. Foi convidada a ficar e a trabalhar; poderia usar todo o seu conhecimento ancestral e auxiliar a quem necessitasse. Assim, tornou-se a Pombagira Cigana das Sete Encruzilhadas, porque seu espírito viajou muito e conheceu muitas estradas...

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Uma bruxa do Oriente...

..trabalhando na Umbanda!


Ela nasceu em 601, em Albi, Gália. Foi uma sacerdotisa de uma Linhagem de Bruxas da Antiga Religião Ancestral Céltica. Adoravam a Grande Deusa Brigithe e o Deus Cernunos. Realizavam as Festas dos Equinócios e das Grandes Colheitas. Adoravam o Sol, tanto quanto a Lua e as Estrelas. Os gauleses eram um povo feliz. Viviam em clãs.
No seu clã se praticava a magia livremente e ela foi treinada desde o nascimento para ser uma sacerdotisa. Seu nome era Kaennia, que significava: pequeno fogo que brota. E ela era assim, desde pequena, com o cabelo cor de fogo, alegre e cheia de energia. Seus pais diziam que ela seria uma grande sacerdotisa. E foi...
Aos 21 anos estava pronta e assumiu seu posto junto ao clã. Casou-se com o Chefe de outra Tribo e uniram seus clãs, para fortalecimento da raça. Seu esposo (Yulla) respeitava seu conhecimento e juntos seguiam os preceitos fielmente. Assim viveram em paz por 10 anos. Eles tinham um filho de nome Yurik com 6 anos, que seria o novo líder de seu povo. Porém, essa história não continuou. Eles foram atacados por povos Ibéricos e sucumbiram. Kaennia ainda viu seu filho ser levado pelos soldados, antes de ser morta pela espada de um deles. Mais tarde, na espiritualidade, ela soube que seu filho foi adotado por um italiano que o tratou com amor e se tornou um homem de bem.
Hoje ela trabalha para servir a Lei da Umbanda, com seus conhecimentos ancestrais. Atua na Falange das Ciganas do Oriente. Kaennia auxilia o médium a utilizar sua clarividência com tranquilidade, sem exageros ou falsas percepções.

domingo, 14 de setembro de 2014

Cigano Josué e Cigana Surya...

O Corsário e a Dançarina!


Na Umbanda Sagrada, cada entidade espiritual que se apresenta para o trabalho possui suas particularidades e sua história de vida, mesmo atuando em Falanges onde assumem um único nome. Os Ciganos que pertencem ao Povo do Oriente, costumam apresentar-se com nome, sobrenome e contar detalhadamente sua última vida na terra.
E assim é com o Cigano Josué, o Corsário! Ele nasceu nos Emirados Árabes, era um mouro que sabia locomover-se nas areias escaldantes do deserto Saara e nos mares que circundavam a Ásia, a Europa e a África. Ele era contratado do governo saudita para impedir invasores nas terras da Arábia. Ele podia passar a fio de espada qualquer invasor, confiscar bens e se apossar de navios em nome do Sultão e do Palácio.
Josué viveu muito e viajou muito. Conheceu do mundo tudo o que lhe foi permitido conhecer. Fez amigos e inimigos por onde passou. Sua história era uma lenda e o temiam. Podia ter quantas mulheres quisesse, mas amou apenas uma: Surya, a feiticeira de seu coração... Com quem teve três filhos e quatro filhas. Foi um homem de privilégios e serviu ao sultão por trinta anos, navegando ou escoltando por terra seus comandados e protegidos.
Quando retirou-se do mar, entregou seu cargo a um de seus filhos e viveu seus últimos anos em um Oásis na costa egípcia. Josué e Surya foram felizes e viveram uma vida longa e próspera. Ao desencarnar, Josué tornou-se um Guardião Espiritual a serviço do Reino do Oriente. Surya reencarnou mais duas vezes; em uma delas foi odalisca nas terras da Pérsia (Irã) e depois viveu entre o povo Rom Cigano na Europa. Tanto Surya, quanto Josué passaram a servir a Umbanda Sagrada representando o Povo do Oriente, como ciganos.

Tsara...

A Princesa do Oriente!


Tsara nasceu em 1302 de uma tribo de Oguzes, na antiga cidade de Constantinopla, na Turquia. Seu pai fazia parte do Alto Califado do Oriente Médio e prestava favores à dinastia de Osman da Tribo de Otam, pela conquista que ele estabeleceu no oeste da Anatólia. Ela era a caçula de sete filhos, sendo a única mulher, descendente da terceira esposa de seu pai e por isso era considerada a "Princesa da Casa".
Tsara foi prometida em casamento, desde o nascimento a um dos filhos do príncipe Osman: Hamid. Seu marido, assim como seus irmãos tornaram-se conquistadores. Ele era um grande guerreiro, mas Tsara sempre clamava a Allah pela vida dos inocentes. Tentou convencê-lo inúmeras vezes de agir brandamente ao conquistar as terras alheias. Orthan, filho de Osman e irmão de Hamid, tornou-se um dos maiores líderes de seu tempo.
Tsara viveu o que toda a mulher do Islã vive e acompanhou todas as batalhas sem nunca interferir, porém, pedia sempre pela vida das mulheres e crianças órfãs. Quando seu esposo pensava em matar os homens de outras tribos, ela lhe dizia: " - Não os mate, torne-os soldados e eles te respeitarão!" E assim, o império cresceu, talvez pela força dos homens de Orthan, talvez pela delicadeza de suas esposas...
Tsara aprendeu muito nessa vida; principalmente a humildade que uma mulher do Islã deve ter. Teve cinco filhos e viveu somente para o marido. Seguiu sua jornada evolutiva auxiliando outras mulheres a servir o próximo com sabedoria e paciência. Salve a Cigana Tsara da Tribo de Oguzes da Anatólia, Princesa da Casa de Constantinopla, nas Terras da Turquia!

Pombagira Cigana das Rosas...

"A Senhora das Flores"!


Essa cigana perdeu-se do seu Povo ainda menina, quando eles passavam pela cidade de Marselha. No porto pararam para fazer uma apresentação e comprar iguarias, enquanto houve uma invasão dos saxões. Na confusão que se seguiu, ela perdeu-se e foi levada por uma senhora que morava nas cercanias da cidade. Seus pais lhe procuraram por dias, mas de nada adiantou.
Essa senhora, morava sozinha e cultivava rosas. Queria muito ter uma filha e aquela criança foi seu raio de sol. Com o tempo a menina deixou de sentir a falta de seus pais e afeiçou-se àquela senhora. Cresceu e tornou-se uma linda jovem, que atraía sempre os olhares de todos ao vender as rosas no porto. Todos a chamavam de "A Menina das Rosas". A senhora e ela eram muito felizes e ela nem lembrava mais que havia se perdido de seus pais verdadeiros.
Um dia houve uma invasão de saqueadores na cidade e ao chegar ao sítio, "A Menina das Rosas" encontrou tudo arrasado e sua senhora estava caída ao chão sem vida. Os carrascos ainda estavam nas imediações do sítio e ao avistarem a menina-moça, se acercaram dela e a capturaram, usando-a para se satisfazerem. Depois de muitos dias sendo mantida em cativeiro, conseguiu fugir de seus algozes, mas já não estava mais em Marselha e não reconhecia o local onde se encontrava. Não tinha rosas para vender e não sabia como sobreviver.
Precisou trabalhar em uma estalagem em troca de comida e pouso, mas a condição era servir aos fregueses como eles desejassem. Essa não era a vida que ela desejava. Então, quando conseguiu juntar um dinheiro, fugiu e tentou voltar ao Porto de Marselha. Lá poderia cultivar e vender suas rosas. Ela conseguiu retornar, mas a cidade não era mais a mesma, nem ela era a mesma pessoa. O sítio estava ocupado por desconhecidos e ela não tinha como provar que era a proprietária.
Novamente ela vendeu seu corpo e se sentiu triste por isso. Queria muito voltar a vender rosas. Então, ouviu falar de uma província chamada Provença, onde se cultivavam ervas aromáticas e flores diversas. Ela se dirigiu para lá e andando um pouco a pé e um pouco de carona, conseguiu chegar ao local desejado. Procurou emprego nas fazendas de flores da região e conseguiu se tornar uma coletora. Todos os dias levantava-se muito cedo, tomava seu café e se dirigia ao campo para coletar as flores e ervas diversas. Essa rotina durou mais de vinte anos e foi feliz assim. Nunca se casou e nunca se enamorou. Viveu só, como a sua senhora. Era querida por todos, pois sempre sorria e conversava com respeito. Morreu aos 43 anos de tuberculose - doença que adquiriu do pólen das flores e do ar gelado das estações frias. Seu nome ela nunca revelou, pois gostava de ser a "Menina das Rosas" e depois se tornou a "Senhora das Flores" para os trabalhadores da fazenda. Essa foi sua história e apesar de tudo o que passou, nunca deixou de sorrir e de tratar bem a todos que a cercavam.

Uma Cigana Feiticeira...

E seu amor por um Ogun de Ronda...


Essa cigana nasceu no ano de 428, num dos vilarejos próximos de Anatólia, local hoje pertencente a Turquia. Na época, o território já havia passado para as mãos dos romanos e os cultos ancestrais eram realizados às escondidas. Durante o sexto século, houve muitas mudanças na região e a Anatólia passou a pertencer ao Império do Oriente, no comando da cidade de Constantinopla.
Quando nasceu, essa menina foi batizada com o nome de Yaesmed, que quer dizer: "A escolhida dos deuses". Ela era bela, inteligente e sagaz e logo foi iniciada nos preceitos da Antiga Religião. Ela seria uma sacerdotisa do Templo dos Balcãs. Cresceu e aprendeu tudo o que a arte oculta poderia lhe ensinar. Mas, antes de entrar para a Ordem da Grande Deusa Ishtar, conheceu um soldado romano e ambos apaixonaram-se. O soldado Fulvio Cesare era filho de um dos comandantes reais do Grande Império.
Sacerdotisas jamais poderiam se casar. E soldados romanos eram proibidos de se unirem com moças de outras tribos. Os dois resolveram fugir para terras distantes, em um país chamado Índia, onde não havia a disputa religiosa. Porém, o destino lhes pregou uma peça e ambos foram pegos. Ela foi confinada no subsolo do templo em jejum absoluto, sem direito a pão ou água. Ele foi executado como traidor da pátria. Ambos morreram separados em nome do amor.
Após desencarnar, Yaesmed foi recolhida, estudou e tornou-se um espírito da Legião do Oriente, trabalhando em favor das mulheres que sofrem por amor. Fulvio Cesare, passou a trabalhar na Colônia Espiritual de São Jorge, auxiliando nos campos de batalha e nas guerras que ocorriam por toda a Europa. Ambos se encontravam às vezes no Plano Espiritual.
Hoje, eles trabalham como falangeiros do Reino de Aruanda. Ela é uma Cigana que atua na Falange do Oriente e que entende de magia, amor e cura. Ele é um falangeiro de São Jorge e que entende de lutas, de guerras e de amor.

Sâmia e Samir...

Os Ciganos do Deserto!


Sâmia e Samir nasceram em uma Nação livre, de um povo nômade e cheio de histórias: os Tuaregues. Os dois nasceram no ano de 1630 no Deserto do Sahara, num dos Oásis próximos à Líbia - o Kufra. Desde cedo suas famílias se comprometeram em casá-los. Samir, como o seu pai, era um caravaneiro que auxiliava os transportadores de camelos a cruzar o deserto. Sâmia, como sua mãe, era tecelã e fiava a lã dos carneiros para fabricar as roupas das caravanas. Com a idade de 15 anos eles se casaram. E com 16 anos já tinham seu primeiro filho, uma menina de nome Khadija. A vida deles era simples, constante e calma.
Samir, viajava muito, por todo o Deserto do Saara, desde o Sudão e Egito, até Argélia e Tunísia. Além de transportar camelos, também comercializavam outras mercadorias. Ficavam ausentes de casa semanas ou meses, dependendo a distância a percorrer. Alimentavam-se de leite de cabra, carne de carneiro, pães ázimos, tâmaras e damascos. Sua religião era o Islamismo, mas não debatiam nem se interpunham com qualquer viajante do caminho. Respeitavam os diversos costumes de toda a África Setentrional e Oriental. E eram felizes assim.
Samir e Sâmia tiveram mais 3 filhos: todos meninos (Abdul, Omar e Giafar). Viveram o tempo de verem seus filhos casados e conhecerem seus netos. Quando o ano de 1700 inicou, muitos ingleses e franceses começaram a circular pelo Deserto do Saara e muitos conflitos começaram a surgir. Mas, Sâmia e Samir já não pertenciam mais ao deserto. Eles agora estavam no Mundo de Allah.
Após 3 séculos de muitos estudos, Sâmia e Samir trabalham no Plano Espiritual na Colônia do Oriente, servindo a Umbanda Sagrada como Ciganos Tuaregues. Eles se dedicama aensinar a paz, a benevolência e a paciência aos seus assistidos. São ótimos conselheiros e bons ouvintes.

  

Téssera:

Uma Cigana Encantada...


Téssera nasceu em 1538, na Irlanda do Norte, na Vila de Belfast, entre o Povo Celta, originário da Gália. Ela era uma druidesa, que dedicava seus dias ao Templo, em jejum e oração por seu povo, pois ela sabia que dias difíceis viriam para a Irlanda. O Povo Celta já havia sido atacado inúmeras vezes pelos Anglos Saxões, mas em todas elas resisitiram a conquista. Há milhares de anos as terras célticas eram objeto de cobiça dos povos europeus. E ainda existiam as Guerras entre os religiosos e a perseguição da Igreja. Foram anos difíceis para toda a Irlanda!
Téssera acordava antes do sol nascer, banhava-se nas águas do Templo dos Grandes Deuses, fazia suas oblações, comia seu pão e tomava sua água. Em seguida abastecia os óleos das luminárias do templo. Limpava e polia as imagens, recolhia as ofertas das visitações e distribuia os víveres entre o povo da aldeia. Esse ritual era diário e constante. E Téssera o praticava com alegria. Depois, ela sentava-se no Templo e atendia a todos que a procuravam pedindo conselhos, pois possuía o dom de ver e saber das coisas futuras. O Druída responsável pelo Templo sempre observava todas as druidesas em seus afazeres, para que nada faltasse no Templo do Sol e da Lua - como era conhecido o local.
Téssera viveu feliz por 25 anos, servindo ao Templo com amor e dedicação até que, em um ataque inesperado, todas as druidesas foram violentadas e degoladas por soldados da Coroa Inglesa. O Sacerdote Druida foi arrastado, amarrado aos cavalos e depois esquartejado. Seus pedaços foram pendurados em postes para serem vistos pela população. A religião celta estava chegando ao fim e um novo tempo se iniciava. Todos os carvalhos foram cortados e as casas dos aldeões foram incendiadas. Belfast iniciou uma nova história de lutas e guerras constantes, que perduraram séculos, entre os nativos e os religiosos (protestantes e republicanos). França e Inglaterra passaram a disputar o solo Irlandês e alianças político-religiosas foram implantadas.
Téssera, com suas companheiras druidesas, choraram lágrimas de sangue pela Irlanda, pois o solo ficou maculado por tantos massacres! Mas a evolução dos povos não mede a vida e a morte... E foi assim que Téssera desencarnou na religião céltica e se tonou mais uma trabalhadora umbandista.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

CIGANO TIAGO

Tiago era umcigano sábio pertencente a caravana da luz de Wlanasha e Wladimir, os guardando dos males do mundo.
Realiza seu trabalho auxiliando-nos encarnados e desencarnados na busca da sabedoria, estabilidade e na firmeza das ações.
Vitaliza na essência de cada um a perseverança das nossas provações, direcionando-nos no sentimento da fé.
Quando quiser conversar com ele acenda uma vela amarela e um incenso de rosas amarelas.
Juntamente com um copo de água se estiver passando por chateações.
Cigana Miroan é sua companheira desde muitas vidas.
Ela cuida da família, dos sentimentos, da saúde e do amor incondicional.
Trabalha assim com velas de cor rosa.