sexta-feira, 7 de março de 2014

Criança Cigana e o Ritual do Batismo

De acordo com o livro Mistérios do povo cigano – das autoras Ana da Cigana Natasha e Edileuza da Cigana Nazira, o nascimento de uma criança cigana é sempre um motivo de festa, devido alimentar a esperança de continuidade das tradições culturais do povo cigano, de ser uma mensagem de esperança ao Universo, e de reforçar ainda mais o grupo ao qual pertence o novo membro.
Quando se trata do primeiro filho de um casal, o bebê simboliza a fundação de uma nova família. Os festejos, independente de celebrarem ou não o primogênito, normalmente têm duração de dois ou três dias; e o batismo pode acontecer em uma ou mais religiões. No entanto, há uma particularidade que só os ciganos possuem, que é o Ritual do Batismo. A primeira vez que a criança mama, a mãe sopra ao seu ouvido um nome que só será revelado no dia de seu casamento, e ninguém mais fica conhecendo. Durante a festa, a criança recebe o segundo nome, que é como todos do grupo vão chamá-lo. E o terceiro nome lhe é dado para que seja usado pelos não-ciganos (gajões); desta forma, a criança cigana ao nascer já guarda seu primeiro mistério, o que a faz se diferenciar dos gajões.

O nascimento do primeiro filho acarreta em prestígio e responsabilidade para o jovem pai, recebendo autoridade, tal como os mais velhos. A jovem mãe cigana sai da condição de bori (nora), e também ganha mais crédito e poder dentro de seu clã.
  • Valéria Fernandes
Tela de Rita Andrade

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