O mês de março foi de muitas bênçãos em minha vida, canais se abriram, e, em decorrência das largas estradas astrais, o Cigano Pietro chegou ao meu encontro na noite do dia 28, enquanto eu fazia uma Roda Cigana particular. Aportou tocando violino e rodopiando em passos lentos, mas logo modificou o compasso, bailando em ritmo mais acelerado ditado pelas palmas que ele mesmo cadenciava. Apresentou-se, contou trechos de sua trajetória por este plano, bem como relatou alguns de seus gostos e de seus costumes.
Pietro tem postura altiva, é elegante e majestoso sem perder o ar de descontração típico das entidades desta corrente de luz. Porta-se de maneira carinhosa e intrigante, alegre e séria, conforme o teor da conversa em andamento. Usa calça azul marinho, blusa branca de mangas longas com botões dourados e um colete vermelho também bordado com a cor dourada. Na cintura se vale de uma faixa vermelha, já para cabeça este Cigano prefere lenço ou turbante com a nuança de sua calça, desde que tenha fios iluminados para realçar. Carrega três cordões de ouro no pescoço, uma argola do mesmo tom na orelha direita, nenhuma pulseira e muitos anéis. Tem cabelos negros, bigode e cavanhaque como mostra a pintura de Maria do Carmo da Hora.
Com olhar fugidio, o Cigano Pietro sentou e logo começou a narrar sua história. Contou que muito moço apaixonou-se perdidamente por uma jovem não-cigana com quem se encontrava diariamente às escondidas, uma vez que ele era prometido para uma cigana e sua amada era rica e de família aristocrata, portanto, um amor proibido para ambos. Mesmo assim o casal jamais perdeu a esperança de ficar junto, na verdade, achavam que eram almas gêmeas de tanta sintonia que havia entre os dois, e como almas que se completam, as juras de amor eterno eram constantes, verdadeiras e ardentes. Até que um dia o pai da jovem descobriu o romance e trancafiou a filha para pôr fim aos encontros. Meses depois, não suportando ficar longe daquele que seria sua cara-metade, a moça se matou em uma forca improvisada dentro de casa. A notícia se espalhou rapidamente, chegando aos ouvidos de Pietro que morreu um pouco ao saber da tragédia. A partir deste dia o Cigano Pietro não foi mais o mesmo, partiu deixando seu clã para nunca mais voltar e se entregou à vida boêmia e solitária, cuja companhia fiel era o seu violino que gemia todas as noites para chamar seu amor.
Sem que Pietro soubesse, o pai da jovem morta ficou inconformado com o ocorrido, e após as cerimônias funerais da filha, irado, correu mundo a procura do Cigano responsável pelo infeliz destino de sua menina. No dia que encontrou Pietro, cravou uma espada no coração do Cigano que não teve tempo de se defender, morreu com um único e certeiro golpe.
Após a explanação de sua vida terrena, o Cigano Pietro disse que nunca encontrou sua amada no plano espiritual, e relatou ter plena consciência de que é espírito com responsabilidades no plano astral, embora não saiba explicar como chegou a este estágio de evolução. Quis dizer que, como Guia de Luz que se tornou, não lamenta pelo amor carnal que um dia sentiu.
Pietro adorava cavalos, pois em seu clã, cuidava da segurança dos carroções e das montarias. Seu cavalo era preto e só ele montava. Portanto, a ferradura é o símbolo de sorte para quem deseja se conectar com a energia deste Cigano. Trabalha para o amor e para a melhoria das finanças. Relativo a oferendas, aceita vinho tinto, velas lilás ou rosa, incensos de cravo e de rosa. Também gosta de receber cordões e anéis dourados.
Poucos dias após esta minha primeira incorporação do Cigano Pietro, o recebi em um Centro Espiritual onde ele pôde dançar para uma “plateia” bem maior que em nosso primeiro encontro. Não demora e ele estará trabalhando em prol de quem precisa, tendo também a mim como aparelho mediúnico. Opchá!
Valéria Fernandes
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