quinta-feira, 30 de outubro de 2014

CIGANO BORIS


Boris é um cigano de cabelos grisalhos, com bigode e barba cerrada, moreno e de olhos verdes.
Usa calça azul-marinho e blusa branca.
Não dispensa seu colete de veludo vermelho e seu chapéu branco.
Quando fez a passagem para o plano não era mais um jovem, mas um ancião.
Ele era o conselheiro do seu grupo; foi Kaku (mago, sábio), que acabou seus dias só neste planeta.
Quando chega à Terra, ele pronuncia as seguintes palavras:´
 
“Já fui novo, hoje sou velho; já fui vencido e já venci; já caí e me levantei; já tive fome e me alimentei; já chorei e já sofri; já fui triste, hoje sou alegre; já tive corpo, hoje sou um espírito; já tive mulher, e no fim da vida vivi só. Hoje tenho todos vocês em um só ideal. Venho para ajudar, para lutar e retirar barreiras dos caminhos para vocês passarem.
Sou um espírito cigano igual a outro qualquer, não sou melhor nem pior;sou o cigano Boris que acabou de chegar.”
 
Nesse momento, ele pede um cálice de vinho tinto rascante e oferece a cada assistente um gole, dizendo:
“Que este gole seja o remédio para solucionar seus problemas e que, ao se misturar com seu sangue, o purifique e leve ao seu cérebro acalma e a paz para seu dia-a-dia.”
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Cigano Carlos Zenon



 Descreveu-se como um homem de 34 anos, pele morena clara, cabelos na altura da base do pescoço. 
Usando como trajes, uma camisa branca e uma calça marrom avermelhada, com uma faixa na cintura e botas.
Enigmático e envolvente, contou-me um pouco sobre uma de suas encarnações.
Pertencente a uma tribo de ciganos de Malaga, e como bom andaluz, amava a música e a dança, que dominava como poucos.tinha um grave problema: o fraco por mulheres, envolvia-se com as senhoras das mais diversas culturas, e naturalmente isso acarretava desentendimentos com sua família, que já havia acertado, sua futura esposa, uma jovem pertencente a uma tribo de Cadiz.
Mesmo sendo dedicado à cultura de seu povo, havia em Carlos a necessidade de ser livre, inclusive dos costumes, que não questionava, mas não conseguia cumprir fielmente.
Seus envolvimentos amorosos e seus conceitos sobre amar e ser feliz, fizeram com que fosse afastando-se cada vez mais de sua comunidade.
Carlos não interessava-se pelo cotidiano prático, trabalhava como ferreiro e sonhava com poesias. Sua alma refinada e demasiado sonhadora, não encontrava ressonância tão pouco aprovação entre seu povo.
Decidiu então, aceitar seu destino, como esperavam que o fizesse. Abandonou sua intensa vida amorosa e seu ócio contemplativo, para dedicar-se com afinco ao trabalho e as responsabilidades que o esperavam como um futuro chefe de família. 
Casou-se, amou sua esposa, da forma que lhe foi possível, mas seu coração o inspirava a seguir, seguir sozinho, seguir sem rumo, sem amarras. Foi então que decidiu abandonar a esposa, família e tribo, em busca não sabia do que.
Partiu levando nada além da roupa do corpo, e as maldições lançadas pela esposa ferida de dor. 
Após percorrer cidades e países próximos, consegue partir para o Brasil, na condição de voluntário e ferreiro, livrou-se de ser enviado como degredado.
Trabalhava duro, muito exaustivamente, mas estava feliz, omitia sua origem cigana, pois falava razoavelmente, o espanhol, o português e o italiano.
Carlos era carismático, fez amigos entre párias e privilegiados, os quais encantava com sua alegria, música e dança.
Conheceu, encantou e amou muitas mulheres, até que encontra aquela que julgou ser a razão de toda a sua busca, Eleonora.
Casou-se segundo as tradições católicas da moça, com a qual teve um casal de filhos. 
Mas morreu aos 34 anos, devido a uma queda de seu cavalo, em um de seus passeios solitários pelos campos, aonde cantava e orava para aqueles que abandonou o perdoassem e fossem tão felizes como ele era.
Esse É CARLOS, O CIGANO que encantou por completo.
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Cigano Ramon


Era um Cigano de meia-idade, com cabelos grisalhos e olhos pretos. Ramon foi Kaku (líder mais velho) do seu grupo e era muito respeitado por vários outros clãs. Devido a sua grande sabedoria, também é conhecido como Rei Salomão.

Suas Roupas: Ele usava blusão estampado com mangas compridas, aberto no peito, sem colete por cima. Sua calça era azul-marinho. Na cintura usava uma faixa vermelha, na qual prendia o seu punhal de ouro com cabo incrustado de rubi.

Seus Adereços: Ramon usava um lenço vermelho na cabeça amarrado para o lado direito. Na orelha esquerda ele trazia uma pequena argola de ouro; no pescoço, um cordão de ouro com uma estrela de seis pontas pendurada bem no peito; e, no dedo indicador da mão direita, um anel de ouro com uma estrela de seis pontas, tendo em cada ponta um minúsculo topázio amarelo

Sua Magia: Durante sua vida na Terra, Ramon sempre estava com seu violino, às vezes tocando, outras compondo suas músicas. As letras dessas melodias falavam sempre de experiências vividas nas longas viagens pelas estradas do mundo.

Hoje, como espírito de luz, quando chega à Terra ele pede logo seu violino, pois só sabe fazer magia cantando antes, suas melodias do passado distante, como esta:
“Noite fria fazia,
Todos no acampamento já dormiam.
Só Ramon passeava lá na beira da estrada.”
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Cigano Natan


CIGANO NATAN ERA MORENO E QUEIMADO DO SOL,TINHA OLHOS E CABELOS PRETOS.
NATAN FEZ A PASSAGEM PARA O MUNDO ESPIRITUAL NO DIA 23 DE ABRIL DE 1613, EM MADRI.
ELE USAVA BLUSÃO BRANCO COM MANGAS COMPRIDAS, POR CIMA DO QUAL VESTIA COLETE COR DE CARAMELO. NA CINTURA TRAZIA UMA FAIXA BRANCA NA QUAL PRENDIA SEU PUNHAL DE OURO. SUA CALÇA TAMBÉM ERA DE COR CARAMELO.
ELE USAVA UM CHAPÉU DE COR CARAMELO, ENFEITADO COM UMA PENA BRANCA. LEVAVA NO PESCOÇO UM CORDÃO DE OURO, COM UMA PEQUENA MEDALHA ANTIGA, E UM LENÇO VERMELHO AMARRADO.
NO DEDO ANELAR DA MÃO ESQUERDA TRAZIA UMA GROSSA ALIANÇA DE OURO.
PARA REZAR, PEDIR ETC., ESTE CIGANO UTILIZAVA CRAVOS. NELES ESTAVA A FORÇA DE SUA MAGIA. NATAN COLOCAVA 3 CRAVOS NAS CORES BRANCA, VERMELHA E AMARELA, EM 3 COPOS COM ÁGUA ,NO CHÃO EM FORMA DE TRIÂNGULO ,CUJA A PONTA FICAVA VOLTADA PARA O NORTE, E FAZIA SUAS MENTALIZAÇÕES. EM SEGUIDA ELE OS OFERECIA A PESSOAS QUE PASSAVAM POR ALGUMA NECESSIDADE.
NATAN NÃO LARGAVA NUNCA O COPO DE COURO ONDE COLOCAVA SEUS DADOS. ELE ERA MUITO DESCONFIADO.
ESSE CIGANO TEM UM MISTÉRIO MUITO GRANDE COM O FOGO.
HOJE COMO ESPÍRITO AO CHEGAR NA TERRA ELE SEMPRE DIZ ESSAS PALAVRAS:
” TU LUA , QUE RENOVAS O TEMPO,
LUA NOVA QUE ATRAIS ENERGIA POSITIVA PARA UNS DIAS MELHORES,
TU ÉS O CIRCULO NO CÉU, QUE NOS DÁ FORÇA NA TERRA”.
A FASE DA LUA DE SUA PREFERÊNCIA ERA A NOVA.
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Cigano Ramires


No dia 24 de maio de 1577, o velho cigano Bergem casou-se com a jovem cigana Gênova, formando assim, mais uma família cigana. No dia 28 de maio de 1578 nasceu a primeira filha do casal, que levou o nome de Huélva. O casal era muito feliz com sua pequena filha.
 
Algum tempo depois, Gênova engravidou novamente e, no dia 24 de junho de 1580, para completar a felicidade do casal, nasceu um menino, no qual Gênova colocou o nome de Ramires. Assim se completou o grupo familiar de Bergem e Gênova, formado por quatro pessoas. Bergem era muito mais velho do que sua esposa, mas eles eram um exemplo de felicidade e amor.
Quando Ramires estava com quatro anos, no ano de 1584, sua família ia para Madri e, no meio da viagem, o tempo mudou e caiu uma forte tempestade. As carroças do comboio deslizavam na estrada cheia de lama e poças d’água; a escuridão era imensa.
 
Em dado momento, todos escutaram um barulho muito forte: uma das carroças tinha virado. Era um quadro desesperador. O velho cigano Bergem, sua jovem esposa Gênova, sua filha Huélva, de apenas seis anos, e seu filho Ramires, de apenas quatro anos de idade, estavam debaixo da carroça.
 
O cigano Pedrovik, irmão de Bergem e chefe do grupo, veio logo socorrer o irmão e sua família; mas, infelizmente, não pôde fazer mais nada, além de desvirar a carroça e colocar dentro dela os corpos do irmão, da cunhada e da sobrinha. Só o sobrinho estava vivo, sem nenhum arranhão no corpinho.
Pedrovik tomou conta de pequeno Ramires que, daquele dia em diante, tornou-se uma criança diferente. Ele ficava sempre isolado, vivia só, seu comportamento era bem distinto do dos outros meninos do grupo.
 
O tempo foi passando. Ramires tornou-se homem feito. Mas era de poucas palavras, seu comportamento continuava estranho, não mudara nada desde o tempo de criança, quando ficava isolado de todos.
 
Certo dia, seu tio Pedrovik chamou-o na tenda e disse:
“- Vamos conversar, meu filho. Já és um homem
eu decidi que irás casar com a minha protegida Zanair, neta da falecida Zaira.”
Ramires não teve escolha e assim foi concretizado o casamento, no dia 8 de abril de 1610, quando era plena primavera em Madri.
O casamento, realizado por Pedrovik, seguiu o ritual tradicional. Zanair estava belíssima com uma túnica rebordada de pedras reluzentes, a saia muito rodada que reluzia com os reflexos da fogueira, e uma coroa de flores naturais em tons claros na cabeça.
 
Depois de realizado o ritual de união dos dois, Pedrovik deu ao casal dois potes cheios de grãos, para que nunca faltasse alimento na sua tenda. Em seguida, Zimbia Taram, uma cigana idosa do grupo, cortou um fio de cabelo de Ramires e outro de Zanair; colocou-os dentro de um copo de cristal junto com os fios de crina de cavalo e de égua e outros objetos; e fez a magia do amor para que sempre houvesse sexo entre o casal, e para que eles tivessem muitos filhos.
Passados nove meses do casamento, Zanair deu à luz um lindo menino, a quem deu o nome de Izalon; e de ano em ano ela dava à luz mais um filho. Ela teve ao todo nove filhos, três meninos e seis meninas, que nasceram na seguinte ordem: Izalon, Pogiana, Tarim, Tainara, Tamíris, Diego, Thaís, Lemiza e Talita.
O fundo do coração de Ramires sempre foi um mistério. Ele teve de se adaptar à vida de família, superando muitos traumas da infância; entretanto, a seu modo, foi um esposo carinhoso. Foi também um ótimo pai, e criou seus filhos com muito amor e carinho.
 
Os membros dessa família desceram pela primeira vez à Terra como espíritos no ano de 1910..
 
Esse cigano era moreno-claro, de cabelos pretos lisos e olhos esverdeados.
 
 

SUAS ROUPAS


 
A roupa preferida de Ramires era blusão branco com mangas compridas fechadas por abotoaduras de ouro em forma de botões. Por cima desse blusão ele usava um colete de veludo verde rebordado com pedrinhas coloridas. Na cintura trazia uma faixa dourada, na qual prendia o seu punhal de prata com cabo de esmeralda. Sua calça era de veludo azul-turquesa.
 
 

SEUS ADEREÇOS


 
Ramires costumava usar na cabeça um lenço vermelho amarrado para o lado esquerdo. Na orelha direita trazia uma pequena argola de ouro; e no pescoço, um cordão de ouro com uma moeda de ouro antiga como pingente.
 

SUA MAGIA



Ramires fazia magia com dois espelhos em forma de triangulo. Ele os colocava no chão, um deles com uma das pontas voltadas para o Sul. Em cada ponta desses espelhos ele acendia uma vela branca e, no meio deles, colocava um copo com água e um cravo branco. Em seguida, ele pedia a Diuela que curasse uma pessoa doente.
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Cigano Damiani


Pietro Damiani era o seu nome. Filho de saqueador espanhol, que numa de suas estadas pelo Brasil, conheceu uma brasileira muito bela e a levou para a Espanha. Seu pai era devoto de San Martín, que tirava dos ricos e dava aos pobres. Num desses saqui atingido por uma flecha que paralisou o lado direito de seu corpo.
 
Envergonhado, por ter sido um grande e respeitado saqueador, trabalhando inclusive para a Coroa Espanhola, resolveu se refugiar para não mais ser encontrado. Foi para o campo ficar em contato da natureza para tentar se redimir de seus pecados, segundo ele através de uma mensagem de San Martín.
Lá chegando fundou uma aldeia, composta por mutilados de guerra, presos, refugiados, e suas famílias. Passaram a acreditar nos ensinamentos de seu pai, e numa assembléia definiram os afazeres da aldeia, de acordo com as habilidades de cada um.
 
Uns lidavam com cobre, outros com ervas, outros com cristais, etc. Após alguns anos seu pai recuperou parcialmente os movimentos, e sua mãe engravidou. Damiani nasceu em uma linda noite de lua cheia.
 
Seu pai, tomando-o pelos braços, dizendo que ele não teria o mesmo destino de outros ciganos (pois era assim que passaram a ser chamados), que eram normalmente decapitados, ou mortos por punhaladas.
 
Seria ele um chefe de aldeia e morreria de velhice. Damiani cresceu, aprendendo todos os fundamentos com seu pai. A esse tempo, todos na aldeia já tinham adquirido alma cigana. Em uma de suas viagens seu pai encontrou verdadeiros ciganos, de alma e sangue, que resolveram unir-se a eles, formando assim um grande clã. Nessa aldeia conheceu Carmem, e se interessou por ela.
 
Seu pai veio a falecer em uma emboscada armada por um homem, cuja esposa havia presenteado-o (seu pai era um homem atraente e atraía a atenção das mulheres), e um cigano da mesma aldeia de Damiani, que foi pago para executar o serviço.
 
Ele, por ser o primogênito, assumiu a chefia da aldeia, gerando a insatisfação do cigano que era chefe da outra aldeia que juntou-se a de Damiani.
Por respeito a esse homem, Damiani nominou-o como Pablo, não sendo, porém, seu verdadeiro nome.
 
Pablo era bem mais velho e começou a criar intrigas na aldeia. Em um dia de festa na aldeia, com muito vinho, frango, danças, Damiani pediu autorização à sua mãe para casar-se com Carmem, e ela concedeu. Realizaram então, a cerimônia de noivado, que entre o povo cigano é um pacto de sangue feito na palma das mãos (no casamento o pacto de sangue é feito nos pulsos).
 
Revoltado por Carmem não ter escolhido seu filho e ter se entregado de corpo e alma a Damiani, Pablo tomou o cálice de vinho das mãos de Damiani e lhe disse que assim como cigano não pede, ganha, seu filho seria um dia o chefe daquele clã. Damiani não tomou como ofensa. Já havido todos bebido demais, resolveu encerrar festa. Sabendo ele que só poderia casar-se com Carmem quando ela atingisse a maioridade, que era aos 21 anos, resolveu esperar essa data, em respeito aos costumes da aldeia de onde ela provinha. Ela contava na época com 15 anos, e ele com 21. Deveriam esperar então 6 anos.
 
Durante esse período a sua aldeia foi acumulando muitas riquezas, e isso gerou intrigas entre os ciganos. Usava os ensinamentos de seu pai para tentar manter a ordem. Durante esse período, Damiani notou que uma cigana da aldeia que o observava desde pequenino, havia sumido. Em um de seus passeios, Carmem foi banhar-se em um rio próximo da aldeia, quando não percebeu que a correnteza a levava. Damiani pulou no rio para salvá-la, e ao sair, viu o rosto da cigana que sempre lhe observava, e que havia sumido da aldeia. Retornando à aldeia Pablo disse a todos que aquele acontecimento fora um aviso de que algo ruim aconteceria a Damiani, o que lhe deixou pensativo, pois algumas vezes Pablo acertava em sua premonições.
 
Passaram-se então mais alguns anos (em que Damiani aprendeu a ler mãos, cartas, enxergar através da água, ter intuições), Carmem já quase atingindo a maioridade resolveu, em um dia de primavera, ir buscar flores no rio.
Novamente, ao tentar alcançar uma flor, caiu no rio. Damiani salvou-a e a levou para a aldeia.
 
Porém, lá chegando, teve um pressentimento que se voltasse para pegar a cesta de flores que ela havia recolhido, seu casamento não daria certo. No caminho sentiu que alguém lhe observava. Chegando no rio, resolveu apanhar também a flor que Carmem tentara pegar, sem sucesso. Caiu ele também ao rio, e ao se escorar para salvar-se, sentiu uma ardência em sua perna. Percebeu que tinha sido picado por uma das cobras mais venenosas que havia na região. Sentiu que duas pessoas o observavam e gritou por socorro, quando começou a pensar que seu pai estava errado no que falara ao seu nascimento.
 
Foi quando apareceu Pablo e lhe estendeu a mão para salvá-lo, tirando-o da água. Vendo que já estava fraco e não conseguiria andar, pois já estava sob o efeito do veneno, colocou-o de pé, segurou suas mãos, tirou-lhe o anel e o medalhão que eram de seu pai e disse-lhe que seria novamente o chefe da aldeia. Deu uma gargalhada e empurrou-o para dentro do rio, quando então, Damiani sentiu uma mão que o tirara do rio. Meio desfalecido e com muita dificuldade, abriu seus olhos e viu aquela cigana que lhe observou durante anos.
Ela era na verdade uma feiticeira que por opção própria se ausentara da aldeia, auxiliando-os porém de longe, em casos de doenças. Mas nunca aparecia diante de ninguém. Se de seus remédios necessitavam iam à floresta, faziam seus pedidos em voz alta, e retornavam no dia seguinte para apanhar o remédio, que era sempre colocado em uma pedra.
 
Essa cigana tratou de Damiani durante 3 meses, os quais manteve-o entorpecido e sob tratamento do veneno da cobra. Após sua recuperação, ele voltou à aldeia.
 
É importante salientar que durante esse período ele não manteve contato com a cigana. Nem ao menos teve a certeza de que alguém cuidou dele.
Chegando na aldeia descobriu que Carmem havia se envenenado, pois Pablo, que assumira a chefia da aldeia, queria obrigá-la a casar-se com seu filho, e ela não aceitando isso, resolvera fugir. Foi capturada e levada de volta para a aldeia, mas “se não podia ter Damiani, preferia a morte”. Damiani reassumiu a chefia da aldeia, e nunca casou-se. Morreu aos 70 anos de idade, quando inacreditavelmente, o veneno da cobra fez efeito em seu organismo.
Sua missão havia findado.
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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Cigano Juan

Este cigano é de origem espanhola, protetor da família, e abranda brigas e mágoas entre entes queridos, viajou por todo o mundo e faz suas magias na água limpa, trás para seus médiuns a vidência, da moeda na bacia de água de chuva.
Kaku poderoso conhece ervas e dita leis, determinado e compreensivo, não deixa que pessoas guardem em seus corações ódio e rancor, porque diz que envenena a alma e o corpo.
É fisicamente grande, e quando na aura dos encarnados, estes passam a parecerem maiores do que são, carrega um diklé (uma bolsa, guaiaca) e não gosta dos garandons (vadios ou preguiçosos), pita o pafeito (cachimbo) com muita classe, enquanto observa. Fala pouco, mas quando diz algo é lei. 
Seus protegidos têm, o dom da vidência na água de chuva, jogam dados imantados e predizem o futuro de seus clientes, sua magia principal é para desmanchar brigas. 

Juan adora comer pimenta; sua preferida é a pimenta-do-reino. A esse respeito, ele diz:

- É de coisa quente que se faz magia.
Esse cigano é perigoso. É muito difícil engana-lo, pois é muito desconfiado. Ele nunca olha nos olhos dos outros. Sua roupa é toda vermelha. Ele é moreno, tem cabelos e olhos pretos e usa 21 punhais de prata.
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CIGANO ARTEMIO


É misterioso, poucos sabem sobre sua passagem na Terra.

Trabalha com um punhal, uma turmalina-verde, um espelho, um maracujá pequeno, um tacho de cobre, uma moeda antiga, folha de sândalo, folha de tabaco, muitas fitas coloridas e um lenço de quatro cores, verde-claro, verde-escuro, verde-água, e verde-folha, com uma estrela de seis pontas dourada no meio, com que cobre o tacho.

É com isso que ele faz suas magias, faz amarração e desamarra casos difíceis.
Quando termina o trabalho, manda colocar tudo isso no mato fechado.
Salve esse cigano.
Que Bela-Karrano lhe dê permissão para fazer mais e mais suas magias
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Cigano Hiago


Esse cigano é um rapaz que fez a passagem com 21 anos.
Gosta da planta chamada gálbano, que é da família do funcho e tem um aroma muito agradável.
Diz Hiago que esse perfume estimula a confiança, a harmonia, a paciência e favorece a cura.
Hiago esclarece que o gálbano é indispensavel na iniciação espiritual e no conhecimento do interior.
Hiago trabalha trazendo na mão um cristal de granada ou de jaspe sanguíneo.
Ele tem uma reza que é o poder da sua cura:
Kseroi ni pesi naisi
Knerela esi te nori
Kdiseni
Ksi ai le delerai oi
Bel-Karrano.
Tradução:
A paz para o seu espírito, a saúde,
a harmonia têm de vir de dentro de você.
Deus céu.
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Cigano Wladimir


Este cigano é “do mundo”!
É protetor do trabalho, consola e ajuda à todos os que estão momentaneamente sem ele. Cigano imperioso e trabalhador, gosta das coisas boas da vida, que depois do trabalho seriam: mulher, mulher e mulher, depois música e comida.
Responsável, falante e guerreiro, os que não tem medo de lutar podem ir até ele.
Vladimir, um cigano que tem seu nome respeitado e talvez ao lado de Santa Sarah seja a entidade mais cultuada dentro da chamada Linha do Oriente ou Povo do Oriente. Por essa sua popularidade e mais que tudo como gratidão ao seu bondoso espírito, sempre protetor e amigo em nossa vida pessoal, é que resolvi falar um pouco dele aqui.

Escolhi duas das histórias mais correntes:

A primeira versão, muito antiga por sinal e que corre de boca em boca, diz que Vladimir apaixonou-se perdidamente por uma cigana de sua tribo, só que esse sentimento pela cigana também surgiu dentro do coração de seu irmão.
Para decidir a questão, o irmão de Vladimir propôs um duelo em que ambos disputariam a amada. Para não fugir à tradição, conta-se que Vladimir aceitou a proposta e dirigiu-se então para o tal duelo, porém, na hora exata de desfechar o golpe, percebeu ele que levaria vantagem, só que essa vantagem significava a possibilidade de matar o próprio irmão.
Aí então, Vladimir tem uma reação totalmente surpreendente para todos que assistiam o duelo, ou seja, não agrediu, ao contrário, não esboçou qualquer reação e assim então, acabou sendo apunhalado pelo próprio irmão, caindo morto em seguida.
A continuidade da história tem um desfecho um tanto quanto trágico, pois a tal cigana vendo seu amado caído no chão, morto com um punhal cravado no peito, caiu por sobre seu corpo e chorando retirou o punhal do peito de Vladimir, cravando-o em seguida em seu próprio peito, ato este que culminou também em sua morte. A outra versão, conta-se que o Cigano Vladimir era de origem eslava (Indo-Européia) e que se apaixonou perdidamente por Esmeralda, que assim a chamavam por gostar de trabalhar em magia de cura com pedras verdes (a pedra Esmeralda é verde e também utilizada em cura!) e também gostava desta pedra para o seu uso pessoal, por isto esse apelido; mas ela se casou com outro, pois já estava prometida.
Vladimir se desesperou e começou a beber descontroladamente. Mais tarde, um pouco conformado, mas ainda apaixonado, passa a trabalhar com magia para unir os casais. Muitos anos depois, com eles já um pouco idosos, eles se unem, mas ficam pouco tempo juntos, pois ela logo morre.
Seja de que forma for queridos leitores, o fato é que Vladimir é hoje uma entidade de muita luz, sempre evocada com muito carinho por todos os amantes da Cultura Cigana, principalmente por aqueles que mantém algum tipo de ligação, com as gloriosas Entidades Espirituais Ciganas, hoje brilhando como pontos luminosos, na Estrada de Estrelas do Espaço Infinito.

Era moreno-claro, de olhos e cabelos pretos.

SUAS ROUPAS

Wladimir usava roupas diferentes, conforme a fase da lua. O detalhe constante nessas roupas é que a calça era sempre da mesma cor do colete de veludo que ele vestia por cima da blusa.

Na Lua cheia, ele usava blusão vermelho com colete e calça azul-turquesa;

na Lua crescente, blusão branco, colete e calça brancos rebordados com fios de prata;

na Lua nova, blusão azul-turquesa, colete e calça vermelhos rebordados com pedras coloridas;

na Lua minguante, blusão branco de mangas compridas, colete e calça marrons e uma faixa branca na cintura. Em todas as fases da Lua ele usava na cintura uma faixa branca, na qual trazia o seu punhal de prata.


SEUS ADEREÇOS

O lenço que Wladimir usava na cabeça era de cores diferentes, conforme a fase da Lua. Era azul na Lua cheia, branco no quarto crescente e vermelho na Lua nova.
Na orelha esquerda ele trazia uma argola de ouro e, no pescoço, um cordão de ouro com um medalhão antigo de seu clã.

SUA MAGIA

O Cigano Wladimir aprendeu a tocar violino com seis anos de idade.
Hoje, quando chega à Terra como espírito, pede logo o seu violino e começa a tocar antigas músicas eslavas.
Um detalhe importante: quem tem esse Cigano na aura não precisa saber tocar violino, pois, ao chegar, ele traz a essência da música. Esse é o mistério de Wladimir.

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Cigano Valter


Este cigano tem sido erroneamente propagado com outros nomes, e em seu afável contato comigo, manifestou sua profunda tristeza e decepção com aqueles que o chamam de Igor, Pablo, Vladimir e outras falsas designações. Na verdade seu nome é Valter e é um doce cigano que gosta de fazer suas magias em noite de Lua Cheia. Em seus trabalhos espirituais o Cigano Valter abre os caminhos fechados de quem o solicita; limpa a aura de toda inveja e mal-olhado, carregando de boas energias e dando sua proteção a quem por ele clamar. No campo amoroso, este Cigano faz magias com ervas para unir casais que se separaram e devem continuar juntos. Também defende as pessoas que são humilhadas e ofendidas injustamente nesta passagem pela Terra.


No caso de duas pessoas ou mais se juntarem para lhe render homenagens, o resultado de seu empenho é ainda mais rápido. Valter é um cigano sensível e amoroso, mas fica uma fera quando seus protegidos são caluniados. Jamais deve ser solicitado sem que haja uma causa verdadeira para ele defender. Recebe as suas oferendas tanto por águas como por terra, que podem ser entregues nos mares, rios, bosques ou jardins. Para agradá-lo deve-se ofertar rosas e velas vermelhas, vinho branco e frutas diversas, além de um par de alianças douradas quando seu encantamento for pro amor. Nunca se deve acender vela para o Cigano Valter dentro de casa, nunca! Em casos de urgência a vela pode ser acesa no quintal, na varanda ou no jardim, mas com a condição que tenha uma rosa vermelha à esquerda e um copo ou uma taça de água potável à direita.

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terça-feira, 21 de outubro de 2014

Pombo Gira Cigana Sete Facadas


De beleza exuberante e inteligência rara, Elisa se achava uma mulher sem sorte. Vivia infeliz: todos que a cercavam, todos a quem amava pareciam sofrer com ela. Uma maldição, pensava ela. Casada, logo o marido passou a se servir de putas, embora amasse e desejasse a mulher, que só penetrou uma vez, na primeira noite. Apesar de seu tremendo desejo por Elisa, só alcançava a ereção com outras. Ela sofria pelas dores do marido. Ele a acusava de rejeitá-lo e batia nela.

No começo, nem tudo era sofrimento. Daquela única vez nasceu Vitória. A menina cresceu bonita e saudável até os sete anos. Depois começou a definhar. “É a maldição!”, Elisa se culpava. O marido se enterrou de vez nos puteiros, ia chorar sua desventura no colo das putas. Todas as especialidades médicas foram consultadas, todas as promessas foram pagas, todas as rezas foram rezadas.
 
Consultados médiuns e videntes, cartomantes e benzedeiras, padres, pastores e profetas, nada. A saúde da menina decaía dia a dia. Até que Elisa foi bater à porta de mãe Júlia, famosa mãe-de-santo. “Você nasceu com a beleza de Oxum e a majestade de Xangô, mas seu coração é de pombo gira”, disse-lhe a mãe-de-santo, depois de consultar os búzios.
 
A vida recatada de Elisa, seu senso de pudor, sua modéstia, a repressão de costumes que ela mesma se impunha, a falta de interesse pelo sexo, tudo isso negava os sentimentos de seu coração, contrariava sua natureza. A cura, a redenção dela e dos seus, tinha uma só receita: libertar seu coração, deixar sua pombo gira viver. Foi a sentença da mãe-de-santo. 
 

Leve e livre.

Ali mesmo, naquele dia e hora, sem saber como nem por quê, Elisa se deixou possuir por três homens que, no terreiro, tocavam os atabaques. O prazer foi imenso. Sentiu-se leve e livre pela primeira vez na vida.
 
Pensando na filha, voltou correndo para casa e encontrou a menina melhor, muito melhor: corria sorridente, pedia comida, queria brincar.
 
No dia seguinte, Elisa voltou ao terreiro. “Seu caminho é longo ainda”, mãe Júlia disse. Depois a abençoou e se despediu. Um dos homens com quem se deitara no dia anterior lhe deu um endereço no centro da cidade, um local de meretrício, que Elisa começou a freqüentar. Passava as tardes lá, enquanto o marido trabalhava. Voltava para casa mais feliz e esperançosa, a menina melhorava a olhos vistos.
 
Para preservar a honra do marido, Elisa se vestia de cigana, cobrindo o rosto com um véu. O mistério tornava tudo mais excitante. A clientela crescia. O marido soube da nova prostituta e quis experimentar. Na cama com a Cigana, o prazer foi surpreendente, muito maior do que sentira com Elisa e que nunca fora superado com outra mulher. Seria escravo da Cigana se ela assim o desejasse. Mas a Cigana nunca mais quis recebê-lo.
 
A insistência dele foi inútil. “Um dia te mato na porta do cabaré”, ele a ameaçou, ressentido e enciumado. Ela se manteve irredutível.
 
Num entardecer de inverno, ele esperou pela Cigana na porta do puteiro e, na penumbra, lhe deu sete facadas. Assustado, olhou o corpo ensangüentado da morta estirado no chão e reconheceu, no piscar do néon do cabaré, o rosto desvelado de Elisa. Um enfarto o matou ali mesmo.
 
Longe dali, no terreiro de mãe Júlia, o ritmo dos tambores era arrebatador. As filhas-de-santo giravam na roda, esperando a incorporação de suas entidades.
Na gira, exus e pombo giras eram chamados. Os clientes, que lotavam a platéia, esperavam sua vez de falar de seus problemas e resolver suas causas. As entidades foram chegando, e o ambiente se encheu de gargalhadas e gestos obscenos. O ar cheirava a suor, perfume barato, fumaça de tabaco, cachaça e cerveja. A força invisível da magia ia se tornando mais espessa, quase podia ser tocada.
 
Cada entidade manifestada no transe se identificava cantando seu ponto. De repente, uma filha-de-santo iniciante, e que nunca entrara em transe, incorporou uma pombo gira.
 
Com atrevimento ela se aproximou dos atabaques e cantou o seu ponto, que até então ninguém ali ouvira: 
 
“Você disse que me matava
na porta do cabaré
Me deu sete facadas
mas nenhuma me acertou
Sou Pombo gira Cigana
aquela que você amou
Cigana das Sete Facadas
aquela que te matou”.
 
Mãe Júlia correu para receber a pombo gira, abraçou-a e lhe ofereceu uma taça de champanhe. “Seja bem-vinda, minha senhora. Seu coração foi libertado”, disse a mãe-de-santo, se curvando.
Pombo gira Cigana das Sete Facadas retribuiu o cumprimento e, gargalhando, se pôs a dançar no centro do salão.
https://lilamenez.wordpress.com/category/pombo-giras/

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Cigano Pietro

O mês de março foi de muitas bênçãos em minha vida, canais se abriram, e, em decorrência das largas estradas astrais, o Cigano Pietro chegou ao meu encontro na noite do dia 28, enquanto eu fazia uma Roda Cigana particular. Aportou tocando violino e rodopiando em passos lentos, mas logo modificou o compasso, bailando em ritmo mais acelerado ditado pelas palmas que ele mesmo cadenciava. Apresentou-se, contou trechos de sua trajetória por este plano, bem como relatou alguns de seus gostos e de seus costumes.

Pietro tem postura altiva, é elegante e majestoso sem perder o ar de descontração típico das entidades desta corrente de luz. Porta-se de maneira carinhosa e intrigante, alegre e séria, conforme o teor da conversa em andamento. Usa calça azul marinho, blusa branca de mangas longas com botões dourados e um colete vermelho também bordado com a cor dourada. Na cintura se vale de uma faixa vermelha, já para cabeça este Cigano prefere lenço ou turbante com a nuança de sua calça, desde que tenha fios iluminados para realçar. Carrega três cordões de ouro no pescoço, uma argola do mesmo tom na orelha direita, nenhuma pulseira e muitos anéis. Tem cabelos negros, bigode e cavanhaque como mostra a pintura de Maria do Carmo da Hora.

Com olhar fugidio, o Cigano Pietro sentou e logo começou a narrar sua história. Contou que muito moço apaixonou-se perdidamente por uma jovem não-cigana com quem se encontrava diariamente às escondidas, uma vez que ele era prometido para uma cigana e sua amada era rica e de família aristocrata, portanto, um amor proibido para ambos. Mesmo assim o casal jamais perdeu a esperança de ficar junto, na verdade, achavam que eram almas gêmeas de tanta sintonia que havia entre os dois, e como almas que se completam, as juras de amor eterno eram constantes, verdadeiras e ardentes. Até que um dia o pai da jovem descobriu o romance e trancafiou a filha para pôr fim aos encontros. Meses depois, não suportando ficar longe daquele que seria sua cara-metade, a moça se matou em uma forca improvisada dentro de casa. A notícia se espalhou rapidamente, chegando aos ouvidos de Pietro que morreu um pouco ao saber da tragédia. A partir deste dia o Cigano Pietro não foi mais o mesmo, partiu deixando seu clã para nunca mais voltar e se entregou à vida boêmia e solitária, cuja companhia fiel era o seu violino que gemia todas as noites para chamar seu amor.

Sem que Pietro soubesse, o pai da jovem morta ficou inconformado com o ocorrido, e após as cerimônias funerais da filha, irado, correu mundo a procura do Cigano responsável pelo infeliz destino de sua menina. No dia que encontrou Pietro, cravou uma espada no coração do Cigano que não teve tempo de se defender, morreu com um único e certeiro golpe.


Após a explanação de sua vida terrena, o Cigano Pietro disse que nunca encontrou sua amada no plano espiritual, e relatou ter plena consciência de que é espírito com responsabilidades no plano astral, embora não saiba explicar como chegou a este estágio de evolução. Quis dizer que, como Guia de Luz que se tornou, não lamenta pelo amor carnal que um dia sentiu.

Pietro adorava cavalos, pois em seu clã, cuidava da segurança dos carroções e das montarias. Seu cavalo era preto e só ele montava. Portanto, a ferradura é o símbolo de sorte para quem deseja se conectar com a energia deste Cigano. Trabalha para o amor e para a melhoria das finanças. Relativo a oferendas, aceita vinho tinto, velas lilás ou rosa, incensos de cravo e de rosa. Também gosta de receber cordões e anéis dourados.

Poucos dias após esta minha primeira incorporação do Cigano Pietro, o recebi em um Centro Espiritual onde ele pôde dançar para uma “plateia” bem maior que em nosso primeiro encontro. Não demora e ele estará trabalhando em prol de quem precisa, tendo também a mim como aparelho mediúnico. Opchá!



Valéria Fernandes
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Quem são os ciganos com jarro?

Muitas são as imagens espalhadas de ciganos e de ciganas carregando um jarro, sejam estas apresentadas por meio de desenhos, de pinturas rebuscadas ou de estatuetas. Mas porque isto acontece?

Primeiramente há que lembrar da existência das entidades espirituais conhecidas como Cigana do Jarro e Cigano do Pote, motivos mais que suficientes para propagação de figuras assim. Todavia, nem todas as reproduções com jarro e pote estão relacionadas com estes dois espíritos ciganos em específico, na verdade vão bem além.


Os cântaros são recipientes próprios para armazenar líquido, no caso das retratações em que os ciganos seguram tais objetos ou fazem menção a eles, trata-se de homenagens à essência do povo nômade, andarilho, que precisa ir em busca da água para sua sobrevivência diária, descartando assim a hipótese única de referência à Cigana do Jarro e ao Cigano do Pote. Além de que, tais imagens também revelam algumas entidades astrais que trabalham prioritariamente com o Elemento Água que simboliza o mundo das emoções.

Portanto, quando um Cigano Espiritual é identificado com este utensílio, deve-se considerar como a representação simbólica de um Espírito que ajuda e protege quem dele precisa no campo afetivo/amoroso. Igualmente incentiva à sensibilidade mediúnica, o misticismo e às criações artísticas; ainda acolhe e aconselha o médium ou o consulente através de palavras doces e sábias. E quando refere-se ao lado negativo da vibração do Elemento Água, o Espírito Cigano possuidor da magia deste Elemento, cuida de afastar à instabilidade, às ilusões, às paixões desordenadas e às confusões emocionais que um indivíduo possa vir a ter, isto entre outros excessos causados pela emanação obscura da energia aquática.



Valéria Fernandes

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Cigano Juanito

Entre os Ciganos Espirituais que escolheram trabalhar comigo, Juanito destaca-se por seu carisma, por seu desembaraço e pela firmeza com que conduz suas argumentações. Este Cigano procura ser justo, usando à sabedoria, à complacência e à descontração. Obedece a hierarquia da tenda, deixando para o Cigano Ramirez e para a Cigana Esmeralda às decisões mais importante relativas aos trabalhos espirituais de nossa tsara. Quando incorporado em mim, chega dançando animadamente e batendo palmas.


Para saber de onde vem toda esta desenvoltura do Cigano Juanito fui direto à fonte, procurei saber dele um pouco de suas experiências em passagem por este plano. Juanito contou ser do interior da Espanha, de uma família circense, no qual todos tinham talentos diferenciados para trabalha na “grande tenda”, mas ele era um dos poucos que não tinha aptidão para se diferenciar. Sendo assim, seus familiares e amigos o incentivaram a fazer algo que lhe era peculiar: usar de seu charme e habilidade na comunicação, passando desta forma a apresentar cada um dos números artísticos do circo, encantado o público com seu jeito alegre e sedutor. O belo porte físico aliado à postura majestosa, aos gestos finos e a boa comunicabilidade deste Cigano renderam anos e anos de trabalho em um ofício para ele inesperado e gratificante. Mais do que trabalho, Juanito relatou sobre a atmosfera de amor e fraternidade que envolvia crianças, jovens e idosos que compartilhavam da mesma arte e dos mesmos anseios.

No tempo em que o Cigano Juanito começou suas atividades circenses, ele era muito moço e apaixonado por uma jovem não-cigana com quem manteve um relacionamento clandestino durante anos. Certo dia a moça saiu da cidade para nunca mais voltar, então Juanito seguiu o destino traçado para ele quando ainda estava no ventre de sua mãe – casou com a Cigana Carmelita e constituiu sua própria família. Com Carmelita teve cinco filhos, uma vida sem grandes arroubos, mas feliz. Desencarnou na terceira idade.

Em sua roupagem fluídica Juanito apresenta-se como um protetor jovial, de pele bem morena, cabelos negros e lisos presos por um lenço. Seu lenço, sua faixa e sua camisa são todas em tons diferentes de dourado. A calça é toda em azul-marinho e o colete neste mesmo matiz, sendo arrematado por fios cintilantes. Juanito usa uma pequena argola, vários cordões, correntes nos dois braços, muitos anéis dourados, no entanto, no dedo médio da mão esquerda, usa um anel com pedra preta.

Para o Cigano Juanito fazer magia é trabalhar com o poder da mente, por isso deixa claro que não usa objetos para seguir com seus intentos magísticos, quando muito, faz uso de aromas para auxiliar sua concentração ou a do médium que está sob sua vibração energética. Não usa nenhum oráculo, conseqüentemente, não intui seus protegidos que desejam trabalhar com “mancias”. Gosta de receber oferendas de incensos florais, vela amarela, frutas frescas e correntes para os braços. Uma caneca de vinho também é bem aceita como oferta por este cativante Cigano que trabalha para prosperidade, seja esta material ou espiritual. A fase da lua de que ele mais gosta é a Nova.


Valéria Fernandes
Desconheço autoria da imagem
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Saia Cigana - Escudo Protetor

Sabe-se que na cultura cigana as mulheres costumam usar saias longas em demonstração de recato, usam-nas também como arma de sedução em suas danças e cadências pessoais.

As saias, sejam rodadas, coloridas, sobrepostas; com babados, rendas, fitas ou pedrarias a enfeitar, têm simbolismo próprio para as Ciganas do Universo Espiritual, representam sobretudo a limpeza, a transformação e a proteção.



Quando o Espírito de uma Cigana está incorporado em um médium e este dança sacudindo e girando a saia, não se trata de uma mera sequência de belos movimentos, e sim de um sério trabalho espiritual. O sacudir e girar da saia pode ser um ato de limpeza energética para afugentar os maus espíritos ou às energias negativas que circundam o médium, o ambiente onde estão ou o consulente que está próximo necessitando de auxílio. Dançar rodopiando a saia, manipulando à essência de determinadas cores acarreta em vibrações positivas, dissuadindo sobrecargas na preservação da aura dos envolvidos na hora do bailado; um verdadeiro escudo protetor!

As Entidades Ciganas também costuma abanar as saias em seus trabalhos de abertura de caminhos espirituais, amorosos ou materiais, este fato dar-se por conta da transmutação de energias que fazem com o Elemento Ar.

Um Espírito Cigano por mais que utilize seu aparelho para mostrar seus “dotes” e se fazer conhecer, não desce em terra para se divertir, mas para servir. Graças a Deus!



Valéria Fernandes


Pintura de Ermê
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domingo, 5 de outubro de 2014

Cigana Sarita



Entidade This do Povo do Oriente e Uma das ciganas Mais Belas do Mundo astral.
Pomba-Gira Cigana Sarita É uma dançarina do povo cigano, SUA Inebria dança e QUANDO ESTA Mundo Bem não incorporada demonstra Toda uma SUA Graça e beleza.
ESTA É Entidade dedicada AO amor eA dança, Homem UM Para ela se conquista com a dança e Seu amor n Trabalhos e Aliança São semper Preparados Muito bem e certeiros.
Adora SENTAR DEPOIS da SUA dança baralho Seu e Tirar e Sobre echoed uma Saia SUA, É semper Muito simpática e graciosa com a VEM Pessoas Que Sauda-la ou Ajuda pedem LHE.
Adora receber flores n º Colocar no Cabelo e Bijuterias cor de ouro, se Apresenta hum vestido com rendas douradas com Bordô e Bem Arrumada semper e perfumada.
Recebe SEUS Pedidos e oferendas em cruzeiros de jardim e Encruzilhadas de praça.
Não esqueça do Seu vinho, Taça SUA SEUS e Arranjos de flores vermelhas ... e se Pedido de amor para, Não Deixe de Comprar perfume bom hum ... se para o Pará saúde Não esqueça Seu chalé de seda ... E ESTA Entidade Belíssima vira Ajuda-la semper QUANDO precisar.

CIGANA DA PRAIA


Esta entidade muito querida pelos nossos irmão de umbanda, trabalha na linha de Iemanjá e se reserva ao comando das praia juntamente com Exu Maré. Esta gira é muito prestigiada pelos seus trabalhos de aberturas de negócios, saúde e amor. Recebe suas oferendas nas praias de mar... gosta recebe-los a qualquer dia da semana, adora champanhes, cigarros, rosas e maças...nas suas oferendas não pode faltar, pentes, espelhos, batons e pulseiras, pois junto dela trabalha as ondinas... sereia do mar. Ela se apresenta com uma linda mulher, vestida de azul noite e dourado, dona de profunda magia... quando incorporada, chega cheia de alegria e dança sem parar...

"As ondas do mar batem nas areias em noite de lua cheia, Iemanjá abre seu canto para chamar... a linda pomba-gira da praia... a rainha da beira do mar...”

sábado, 4 de outubro de 2014

Cigana Zoraide

Em vida, a Cigana Zoraide apreciava se aproximar de homens não-ciganos que gozassem de boa posição social e financeira. Era saudável, jovem, bonita e destemida; não media esforços para possuir jóias e roupas de qualidade superior as que costumava ter. Certa vez encontrou um jovem que caiu de amores por ela, iniciando desta forma um romance com intuito de desfrutar dos mimos que o rapaz poderia proporcioná-la. Assim que conquistou o que tanto almejava, descaradamente passou a evitar o jovem gerando revolta no mesmo. O não-cigano inconformado pelo caráter ambíguo de Zoraide e sofrendo por amor, reivindicou receber de volta todos os presentes que havia lhe dado. Insolente e atrevida, a Cigana se negou a devolver. Alguns dias passaram, mas a indignação do jovem apaixonado só tornou-se maior. Ele foi ao acampamento no qual Zoraide pousava com os seus, entrou sorrateiramente e cravou um punhal no peito da Cigana. A moça morreu na hora e seu corpo foi colocado na fogueira com a finalidade de purificar sua alma mesquinha.
Quando o espírito da Cigana Zoraide chega a Terra vem com doçura e meiguice sem igual. Ela conta sua história mostrando que se redimiu e que não guarda traços desta época medíocre e amoral. Dá bons conselhos, apregoa a paz familiar, acalenta corações sofridos por diversos males, entretanto sua magia é direcionada para o amor entre casais. Ela trabalha retirando obstáculos da vida amorosa de quem por ela clama. Quando se trata de um relacionamento que está parado e sem ânimo, Zoraide revitaliza com facilidade. Costuma usar água ardente para limpeza, perfumes adocicados e velas aromáticas para a reaproximação, também confecciona patoás para proteção. Diz que não precisa de muitos aparatos, contudo, faz longos encantamentos com fitas coloridas, maçãs e cascas de pêras.

Zoraide estima receber oferendas de velas lilás, rosas e azuis claras em pares, desde que sejam acesas antes das seis horas da tarde. Os adornos de sua preferência são de lenços com franjas, brincos e pulseiras douradas.
  • Valéria Fernandes

Pintura Cigana de Maria do Carmo da Hora
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Cigana Maria Dolores

Em meio a uma brilhante constelação de ciganas espirituais que atendem pelo nome de Maria Dolores, três delas são bastante conhecidas por se distinguirem através de faixa etária diferentes. A mais nova apresenta-se com jovialidade de quem não passa de 25 anos - destaca-se por portar um enigmático anel de pedra vermelha na mão esquerda; já a mais velha vem em Terra como uma Vovó Cigana - a curandeira que dá passes e faz limpeza com ervas; a terceira, foco desta postagem, é de origem espanhola, madura e muito fogosa, aparentando ter em média de 40 a 45 anos.
Extrovertida e sempre de “bem com a vida”, a Cigana Maria Dolores ama a música e a dança, não faz distinção de ritmos, gosta do flamenco, mas também da rumba, da salsa e outros compassos de origem Latina. Todavia, quando o assunto é vestimenta, faz questão de trajar-se para homenagear suas raízes hispânicas: vestidos de bolas acentuadas que colam o corpo e alargam-se com babados duplos ou triplos após os joelhos, xales grandes com estampas vivas, rosas nos cabelos ou coque com penete. Seus adereços não são totalmente dourados nem prateados, prefere misturar ao brilho miçangas coloridas como é de costume entre as ciganas espanholas. As pulseiras, colares e brincos multicores parecem extensão do corpo da cigana de tão perfeita composição para sua personalidade. Enquanto muitas gitanas optam por sandálias ou tamancos, Maria Dolores Espanhola prefere sapatos com saltos largos, deixando-a à vontade para suas performances dançantes. Aprecia por demais maquiagem e faz questão de usar batom de nuança vermelha. Adora perfumes com essências fortes, os de rosa vermelha são muito bem recebidos por esta Cigana. Quando incorporada aprecia beber coquetel de frutas ou vinho com pedacinhos de maça e pêra cortados, dando dicas sobre magia da composição: “a maça evidencia a feminilidade e a pêra contrabalança os excessos sensuais no sexo feminino. Quando a mulher deseja atrair um homem, a mistura deve ser tomada sem pêra, e quando um homem quer atrair uma mulher, retira-se a maça”.

Quando não está dançando, Maria Dolores parece séria, até mesmo distante, mas com um pouco de aproximação logo se desfaz tal impressão. Esta dedicada Cigana é acolhedora e materna. Dá conselhos, direciona os consulentes e procura instruir os que procuram por ela a serem cordatos e generosos para com seus semelhantes. Diz ser a Dama de Copas de todos os baralhos, mulher amável e compreensiva, sempre disposta a ajudar.

O médium que trabalha com a Cigana Maria Dolores, sendo de seu desejo, pode pedi-la para ser intuído ao consultar oráculos (cartas, borra de café e bola de cristal), já que Dolores não gosta de fazer leitura de mãos devido a repressão que teve em sua passagem por este plano. Ao indagá-la sobre sua cor preferida, a calorosa Cigana provoca seu interlocutor: “as do arco-íris”, soltando uma bela gargalhada para frisar sua ausência de primazia e paixão por todos matizes.

Dolores é devota de Santa Sara Kali, protege as mães e seus filhos, é guardiã dos matrimônios e zela pelas donas de casa.

Para agradar Maria Dolores com oferendas, faz-se com um balaio de frutas ou com xales, rosa para os cabelos, penetes, velas amarelas ou vermelhas. Também recebe incensos de aromas fortes em varetas ou tabletes. Porém, ao fazê-la um pedido sobre fecundidade, oferta-se sete velas douradas e sete varetas de incenso de flor-de-girassol.
  • Valéria Fernandes
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Cigana Maria Dolores... Uma outra história!

Há dois dias recebi um e-mail muito carinhoso de uma médium que trabalha com uma linda cigana de nome Maria Dolores. Em conversa com a mesma, logo conclui que a Cigana Maria Dolores que a acompanha não se trata das mesmas citadas aqui no blog, que dirá a cigana mencionada na postagem de terça-feira passada.


Gentilmente a médium me enviou a fotografia da tela com “Sua Cigana” pintada por Maria do Carmo da Hora e contou alguns detalhes sobre sua protetora, dando-me liberdade de publicar seu relato. Disse que a Cigana Maria Dolores com quem ela tem afinidade foi, por motivos que não me foram passados, julgada pelo seu povo e como conseqüência recebeu a punição do isolamento: Dolores pôde ficar em seu clã, em seu acampamento, desde que ignorada por todos. Em decorrência deste fato, a Cigana teria se retraído, tornando-se discreta em demasia. Ainda segundo a médium, Maria Dolores não se mostra expansiva, não é do tipo de que gosta de dançar e bebe muito pouco quando incorporada. É desconfiada e observadora, características que não anulam seu jeito carinhoso e meigo. Para sua protegida, a Cigana Maria Dolores é uma verdadeira mãe espiritual, devido os cuidados da entidade para com ela.

Curiosidade: antes de receber esta imagem, eu já tinha a cópia da tela em minha pasta com obras de Maria do Carmo da Hora. Cheguei a enviar a foto para uma amiga que desconfia ter próxima a ela uma cigana usando trança; o fiz com intenção de ajudá-la a descobrir uma possível empatia, posto o olhar enigmático desta Maria Dolores ser uma grande interrogação para mim. Motivo pela qual não ilustrei a postagem do dia 18/01/11 com esta pintura publicada hoje.
Salve todas as ciganas de nome Maria Dolores... Elas estão por perto!

  • Valéria Fernandes
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Salomé do Egito – Uma Cigana do Oriente

No dia 19 de fevereiro deste ano recebi um e-mail de uma leitora, a mesma prontificava-se a enviar-me uma tela de “sua cigana” para que eu publicasse aqui no blog. Entretanto, não citou o nome da entidade, disse apenas que eu já havia postado sobre sua história em outra ocasião. Pedi que enviasse a pintura e falasse o nome da cigana para avaliar a questão. Logo depois a moça me enviou a tela, disse que a cigana era Salomé do Egito, contudo não parou por aí: enviou-me também várias fotografias pessoais performáticas, bem como links para vídeos de um grupo de dança do qual participa. Achei estranha tal atitude, posto a cigana ser a prioridade, e, aproveitando que a gravura não tinha boa qualidade (era muito pequena), recusei divulgar o conteúdo oferecido.

Devido ao ocorrido, fiquei triste por, de alguma forma, existir a possibilidade de desapontar a Salomé do Egito, Cigana por quem sempre nutri muito carinho, principalmente quando incorporada em um grande amigo meu que é babalorixá. Desapontamentos à parte, a vida prosseguiu e chegou o dia 25 do mesmo mês. Dia este que, ao som de uma sinfonia de tranqüilidade, pois eu ouvia música com sons da natureza, a Cigana Salomé do Egito me visitou. Apresentou-se, rodopiou em minha tenda, reverenciou as imagens de Santa Sara Kali, de Ramirez e de Esmeralda, dançou para o Fogo, para a Água, para Terra e para o Ar (voltada para as velas em chamas, taças com água, pedras coloridas no altar e incensos queimando na hora de sua visita). A partir desta data, soube que Salomé faria parte da Caravana de Luz de minha tsara.

Deixei-a à vontade entre almofadas de cetim, lenços, xales, pandeiros e fitas coloridas. Não demorou, e a Cigana Salomé do Egito elegeu um xale vermelho com longas franjas, de tecido transparente, trabalhado e arrematado com purpurinas para ser seu par no bailado que faria em seguida. Incorporada em mim, deixando-me em estado de consciência, dançou bela e suave, mas com paixão e ardor que só uma Cigana do Oriente, que conhece as tempestades de areia do deserto, pode tentar reproduzir em seus passos o percurso dos ventos. Assim como veio, encantadora e terna, despediu-se de todos na tenda, juntando as mãos no gesto de “namastê” e foi-se como brisa leve deixando-me enfeitiçada por sua energia.
(O gesto que Salomé repete muitas vezes na incorporação)

Fiquei extasiada com tudo que aconteceu, e claro, ávida para um novo encontro. Então, no dia seguinte, preparei a tsara para recebê-la e a chamei ao som de música árabe por saber que é de seu agrado. Salomé do Egito chegou como antes, respeitosa com todos, contudo, almejando seu bailado. Bem ambientada, fez uma linda coreografia com um xale, depois com um pandeiro, e por último com um punhal dourado entre vários dispostos no altar. A Cigana Salomé pediu que providenciasse um véu com detalhes em dourado e falou sobre os ornamentos de sua preferência. Relatou que para cabeça prefere testeira que realcem seus longos cabelos ondulados e negros. Disse gostar brincos grandes, de gargantilhas largas, de muitas pulseiras em ambos os braços, salientando que no braço esquerdo sempre usa um bracelete dourado de duas voltas. Expôs seu gosto por anel-pulseira em particular, sem descartar outros anéis que não sejam ligados ao pulso. Até então Salomé não demonstrou interesse algum por lenços de quadril com moedas que estavam à sua frente, tampouco manuseou o leque como já a vi utilizando quando incorporada em outra pessoa. Esta Cigana, como já falei na postagem de 17/06/10, tem preferência por cores que lembrem as areias quentes do deserto para suas vestimentas, porém, aceitou de bom grado uma saia floral e uma blusa rosa com detalhes dourados que lhe dei naquela ocasião por serem peças novas.

A Cigana Salomé do Egito é majestosa, sem deixar de ser doce, meiga, viva e jovial. Transmite paz e ao mesmo tempo alegria esfuziante, mostra carregar consigo o conforto e o afago para quem dela necessita. É elegante no andar e no sentar. Fuma segurando o cigarro com os dedos da mão esquerda, mas não falou em bebidas, relatou por fim seu gosto por frutas frescas, maquiagem para os olhos e vela amarela.

Era hora de Salomé subir, relutou um pouco, fez suas reverências e foi-se para sua morada espiritual. Em seguida incorporei a Cigana Sete Saias, que já é uma outra história.

No dia 2 deste mês, fui ao um Centro Espiritual, e lá a Cigana Salomé do Egito se manifestou através de meu corpo para dezenas de pessoas. Dançou, pediu um xale, voltou a rodopiar e logo após saudou os altares da Casa em que estávamos. Em seguida deu muitos passes e fez do xale uma espécie de manto sagrado, cobrindo seus consulentes de proteção através do véu triangular.
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Cigana Rosa do Oriente

Após alguns dias sem visitas extras das “minhas queridas entidades ciganas”, senti ontem à noite próxima a mim uma cigana extremamente sensual e sedutora. Antes de dizer seu nome, passou quase meia hora dançando ao meu redor com um grande lenço vermelho cheio de moedas douradas nas extremidades. Após seu bailado se apresentou como Rosa do Oriente, a cigana que leva alegrias em horas inesperadas e cuida da evolução espiritual daqueles que se dedicam ao seu povo.
A Cigana Rosa do Oriente disse ter vindo me visitar por dois motivos: primeiro para alegrar meu coração por conta de problemas de saúde com um ente querido meu que tem me deixado sobrecarregada, e segundo para dar um recado para uma leitora do Vida Cigana entre centenas que nos visitam todos os dias. Fiquei feliz por um lado devido ter recebido de imediato vibrações fortes de ânimo e coragem, e preocupada de como encontrar essa leitora do blog. Sem muita cerimônia ela disse que esta pessoa iria sentir que era pra ela ao ler o recado, portanto, que eu não me preocupasse. Foi quase impossível não me preocupar, mas recebi de bom grado a mensagem, só não sei ao certo se consegui transcrevê-la na íntegra, posto ter usado termos meus no momento de redigir a comunicação que não ocorreu por via oral. Eis aí o que captei:

Amada ciganinha de alma, você precisa crer mais no poder do nosso povo e na sua capacidade mediúnica. Já pedimos várias vezes que usasse o anel dourado de pedra vermelha quando se sentisse apreensiva e angustiada com assuntos do espírito, mas até agora não vemos seu progresso. Esse anel é seu elo com “Sua Cigana”, não comigo, mas estou sempre perto para lhe dar forças e ajudar na sua evolução. Use! É um anel de compromisso e verá os bons resultados. No seu altar tem um objeto que não agrada nossa gente, olhe bem que vamos intuí-la para que remova de vez o que não é cigano.

Peço gentilmentea quem se enquadrar dentro desta história que, por favor, me comunique. A Cigana Rosa do Oriente não falou absolutamente nada sobre seus gostos e preferências, no entanto deixou em minha tenda um cheiro de rosas por um bom período de tempo.
  • Valéria Fernandes
Pintura Cigana de Bill Mackay
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Cigana Sofia

Desde ontem, ao acordar, sinto uma cigana muito faceira próxima a mim, e por conta deste contato tão intrigante, senti a necessidade de estar entre muitos acessórios e vestimentas gitanas por algum tempo. Fiz tudo conforme fui intuída e somente após umas duas horas recebendo a energia de minha visitante descobri que se chamava Sofia.

A Cigana Sofia veio a mim para que eu falasse um pouco de seus gostos e costumes, pois se acha pouco conhecida neste universo em que se cultua entidades de sua etnia. Sem saber como argumentar sobre seu posicionamento, prontifiquei-me a ser usada como canal.
Vaidosa, Sofia disse gostar de cores fortes, de usar vários colares, assim como muitas pulseiras e variados anéis simultaneamente, brincos grandes e tornozeleira também são de seu agrado. Demonstrou preferência por saias com babados e blusas que a deixem com os ombros à mostra; não gosta de vestidos e nem de tiaras. Costuma enfeitar os cabelos com penete, mas quando estão soltos prefere colocar uma rosa. Adora xales com estampas grandes e franjas longas, uma vez que faz charme colocando-os em alguns momentos sobre os ombros e em outros na cintura. Sua peculiaridade é o apreço que sente por ambientes coloridos, repletos de tapetes, almofadas e pandeiros, lembrando o interior de uma tenda - local de sua moradia em passagem neste plano. Uma quartinha com água fresca, um copo de alumínio e uma lamparina não podem faltar na casa do médium que trabalha com esta Cigana.

Quando a Cigana Sofia chega em Terra cantarola e dança em círculo para afastar os espíritos que julga estarem perdidos e sem luz, só depois atende quem a solicita. Intui seus protegidos a jogarem baralhos e dados, mas a leitura de mãos é feita somente no ato da incorporação. Para agradá-la em oferenda faz-se com velas vermelhas, almofadas acetinadas e perfume com essência de rosas.

Salve a Cigana Sofia e sua radiante luz!
  • Valéria Fernandes
A pintura está assinada, porém ilegível aos meus olhos!
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Cigana Morgana

De beleza exótica e charme e indiscutível, ao longo dos tempos a Cigana Morgana circula no universo astral de forma bem singular: cabelos ondulados e negros, olhos cor de mel, pele pálida e vestimenta vermelha com arremates em dourado. Por cima de sua roupa usa uma longa túnica com capuz também no tom rubro, sendo esta de tecido aveludado e com pedrarias nas bordas. Para ornar a cabeça alterna com rosas naturais e tiaras com correntes. Usa um grande anel de pedra verde no dedo anelar da mão direita e anéis diversos na outra mão, além de fazer valer seu apreço por colares, pulseiras e brincos da cor do ouro.
Discreta, com modos requintados, Morgana não faz muito alarde quando desce para trabalhar. Gesticula de forma suave, limpa a aura do médium que lhe dá passagem, só depois atende a quem por ela espera. Toca pandeiro e cantarola, mantendo sua elegante postura, mas como uma particularidade: as fitas de seu instrumento só têm as cores vermelha e branca, homenagem à Áustria, seu país de origem de onde saiu ainda jovem e nunca retornou. Quando falta-lhe uma túnica ela cobre-se com lenços sem objeção, no entanto cobra carinhosamente do protegido que “na próxima” tenha em mãos tudo que ela aprecia.

Quando em vida terrena a Cigana Morgana costumava guardar seus pertences em um baú, neste, concentrava muita energia dos antepassados para “alimentar“ seus variados oráculos passados de geração em geração (baralhos, runas, espelho mágico e sua inseparável bola de crista), e na Lua Cheia costumava abrir a arca para que seus artefatos sagrados recebessem às bênçãos lunares. Portanto, quem é protegido por esta Cigana pode ser intuído a manusear qualquer um dos objetos divinatórios citados.

Mornaga gosta de misturar essências, ou seja, mesclar os aromas de incensos e perfumes em seus feitiços, ainda que o médium não domine o assunto. Recebe velas douradas, vermelhas e amarelas. Gosta de ser agradada com punhal, baú, mandala e coquetel de fruta. É uma Cigana tranquila, porém distribui sorrisos faceiros ou mesmo sensuais em suas consultas. Água e Fogo são os Elementos atribuídos à Cigana Morgana.

Salve a Cigana Morgana e seus misteriosos encantos!!!

  • Valéria Fernandes

Desconheço autoria da imagem
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Cigano Tiago

A mocidade passou pelo Cigano Tiago sem que ele percebesse os males que acarretaria com seu modo de viver desregrado. Bebia em excesso, fumava de forma compulsiva, além de passar noites e noites em claro com mulheres diferentes devido seu caráter boêmio, e para piorar o quadro, viajava muito sem pouso certo para descanso ou boa alimentação. Quando se deu conta que já passava dos trinta anos, estava afastado da família e nada construíra de sólido, então repensou nos rumos que tomaria. Com algumas sequelas da vida pregressa (pulmão fraco, magreza mórbida e dentes comprometidos), voltou a morar em seu clã para que dele cuidassem, e assim foi feito, posto seus males não serem irreversíveis. Em aproximadamente dois anos Tiago parecia outra pessoa: deixou os vícios, voltou a ter aparência saudável, casou e se empenhou em utilizar os ensinamentos dos ancestrais que aprendera desde criança.

Paralelo a recuperação física, o Cigano Tiago tratou de fortalecer seu espírito; atitude pela qual teve ótimo êxito e pôde atuar ajudando ciganos e não-ciganos com as propriedades terapêuticas das ervas, assim como pela leitura da sorte através de dados e de patacas. Os anos se passaram e este Cigano ganhou fama de bruxo, passando a ser muito respeitado por onde andava. A alternância de punhais em cintura transformou-se em lenda: diziam que ele os colecionava para cortar magias nas noites de lua cheia.

Tiago era alegre, brincalhão, mas não deixava de apregoar sobre o fortalecimento do espírito através da fé após tantos infortúnios distante de crenças. Quando chega em Terra faz saudação à Santa Sara e logo começa a trabalhar. Emite passes de cura, dá conselhos sábios e se dispõe a ajudar pessoas que se sintam sós e desamparadas. O Cigano Tiago gosta de usar sempre um lenço combinando com a faixa, estes conjuntos podem ser nas cores vermelha, amarela ou verde; vibrações das cores de seu trabalho. Como adorno tem preferência por anéis grossos e sem pedras, aprecia cordões, pulseiras e pequenas argolas - todos seus acessórios são na cor dourada.
Para agradá-lo em oferenda faz-se com punhal, dados, vinho, maça ou pêra. A vela de Tiago é amarela e os incensos de que ele se agrada são os de essências de ervas. Quando Tiago é solicitado, independente da pessoa ser médium, o mesmo se conecta com quem o chama por meio de suas oferendas que podem ser entregues no quintal, em jardins ou praias, devido a entidade apreciar energias de locais ligados à natureza.

  • Valéria Fernandes

Pintura Cigana de J. Cadelino
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