segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Cigano Manolo

Ultimamente os ciganos de origem espanhola andam me rondando e não tenho ideia do motivo, mas desejo abrir um parêntese para falar de um cigano de origem italiana que muito me comove. Trata-se do Cigano Manolo, um velho barô de sensibilidade singular para entender a alma humana.
Ciganos
A primeira vez que Manolo me visitou foi no dia 31 de dezembro de 2009, ocasião que parei a consulta de tarô que estava em andamento para dar um passe na minha consulente que demonstrava grande aflição com seus problemas em família. A desordem e discórdia estavam instaladas na casa dos pais da moça de 30 anos que se consultava, e pelo tarô identifiquei um amontoado de magias refletindo ativamente na desunião do casal. Na hora do passe o Cigano Manolo chegou e interveio para esclarecer algumas dúvidas que eu me recusava em acreditar por intermédio das cartas. Ele afirmou que a responsável pelas mazelas dos pais da jovem era sua avó paterna que desejava a todo custo separar o filho da nora, disse ainda que a casa de seus pais se encontrava cheia de feitiçarias. Com carinho e cuidado Manolo me instruiu como desfazer as magias, visto a complexidade da situação não poder ser resolvida com passes. A consulente confirmou o desafeto de sua avó paterna por sua mãe, admitindo de imediato o “diagnóstico” de Manolo e aceitou as dicas do sábio Cigano.

Após dar as instruções, o Cigano Manolo falou de mim e ao meu coração. Era um desvelo tão grande para comigo que me emocionou. A energia deste Cigano emanava paz, bondade, simplicidade e grande sabedoria. Como não poderia deixar de ser, fez algumas previsões e se fez conhecer um pouco mais. Disse ser protetor de seu clã quando em passagem neste plano, mostrando ter a missão de auxiliar os lares dos que agora estão na Terra. Falou sobre justiça, sobre amor fraternal e sobre os longos anos que viveu feliz entre seu povo e suas caravanas. Depois abençoou o meu trabalho, minha tenda, minha vida e minha consulente, partindo de forma serena como chegou.

Desde então passei a orar para o espírito do Cigano Manolo com o mesmo zelo que tenho pelos meus guias. Não costumo chamá-lo assiduamente para trabalhar, mas quando o faço, ele vem com sua mansidão e sensatez. Jamais demonstrou apego às coisas terrenas. Para agradá-lo em oferenda basta uma vela amarela.

Observação: não citei este cigano antes aqui no blog por falta de ilustração para acompanhar o texto, pois ciganos idosos e do sexo masculino, raramente são retratados. Encontrei esta imagem e logo tratei de digitar os traços de minhas lembranças como forma de homenagear meu querido Cigano Manolo, o derradeiro presente do ano de 2009.
  • Valéria Fernandes

Pintura Cigana de Rita Andrade
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