quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Cigana das Rosas

Há uma lenda que a Cigana das Rosas ficou conhecida por este nome desde seu nascimento; ocasião em que sua mãe teria morrido poucas horas após o difícil parto. Então, familiares e amigos diante do pesar, teriam lhe levado rosas das mais belas cores como forma de apaziguar a dura realidade que a ciganinha teria que enfrentar por toda vida. E assim, sua avó materna dotada de grande sensibilidade, batizou-a entre os ciganos com este nome para que a menina tivesse continuamente motivos para se alegrar. Não foi diferente. A pequena cigana foi crescendo sempre nutrindo grande amor pela natureza, em especial pelas rosas dos lugarejos por onde passava.
Quando já crescida, por mais que seus cabelos estivessem adornados por fitas, tiaras ou lenços, a rosa não podia faltar. Entretanto, para além de adereço, a rosa da Cigana era cobiçada como sinal alegria inesperada, de superação e vitória das lutas diárias. Quem convivia com esta cigana, estava sempre a espera de receber da mesma este mimo como símbolo de boa sorte. Dizem que no dia de sua morte, centenas de pessoas abriram caminho com rosas coloridas até o lugar onde ela foi sepultada. E na hora da despedida final, uma chuva de pétalas coloriu o adeus que a Cigana das Rosas não pôde dar.
Fala-se que, quando seu espírito vem à Terra para trabalhar, as rosas que recebe logo são despetaladas pela Cigana e arremessadas para o alto como indício de paz e bênçãos sobre aqueles que estão em volta.
  • Valéria Fernandes
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