sexta-feira, 29 de agosto de 2014

CIGANA ZAIRA

Espanha! Terra de sonho, sol, flores e músicas, das roupas coloridas do meu povo.
Um príncipe saía escondido do castelo vestindo roupas de plebeu.
Ele queria estar entre os ciganos e assim o fez.
Juntou-se aos ciganos e começou a dançar ao som da música e da alegria desse povo.
Nesta hora, passou a cigana Zaira e disse:
_Vamos dançar.
Ao passar perto dos vinhos, pegou uma caneca para ela e outra para ele.
O príncipe, que naquela hora era um plebeu, disse que, ali, até o vinho comum lhe parecia infinitamente melhor do que o da sua adega.
Zaira rodopiava, mergulhada na musica.
Nos braços dele, seu corpo jovem e belo parecia ter asas e em seu rosto havia satisfação.
Olhando-a, o principe falou:
_Como te chamas, cigana bela?
-Sou Zaira- disse-lhe ela. – E tu como te chamas?
_ meu nome é Sol.
Ela alisou-lhe o rosto com suavidade e disse:
_Não és cigano, quem és? -
Não sou cigano, sou um pobre-coitado.
Ela riu e disse: – Não nos deixaremos mais.
Virás conosco; se não és ninguém, podes ser cigano.
Ele sorriu, pensando:” se eu pudesse”! Mas, por que não? Talves fosse possivel ficar uns tempos com eles; seria fascinante.
A esta altura, ele não se conteve. levou-a para um lugar deserto e, no campo ermo, á luz das estrelas e da Lua, amaram-se loucamente.
Os encontros dos dois foram muitos, até que um dia ela disse: Iremos levantar acampamento amanhã.
Mas ele não poderia ir.
A cigana continuou: – Tu és fidalgo, mas te quero assim mesmo. Vem conosco.
Mas ele disse: – Nada vou te esconder de minha parte.
Eu sou o príncipe herdeiro do trono.
Esquece-me, pois não podemos mais estar juntos – E foi-se afastando.
Zaira olhou para o céu e disse: -
Isto é para que eu aprenda que as ciganas não podem se casar com gajões.
O tempo passou.
Viajando daqui para lá, depois de nove meses, Zaira deu a luz uma menina e veio a falecer.
Essa menina se chamou Zaina e um cigano tomou-a sob sua proteção.

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