domingo, 1 de março de 2015

Cigana Manuela da Sevilhana

No século dezoito, um acampamento de ciganos armou tendas num campo em Sevilha. Então a cigana Cristal, que estava grávida, resolveu fazer uma caminhada e encontrou um roseiral. Mas naquele mesmo instante começou a sentir as dores do parto e passou a gritar. Assim outras mulheres vieram atende-la e o bebê nasceu no meio das rosas. Cristal batizou esta sua filha de
Manuela.

Quando Manuela completou oito de anos de idade, ela ficou noiva do cigano Ivan, que tinha onze anos e seus pais até fizeram
uma festa para isto. A garota apaixonou-se a primeira vista pelo seu futuro marido, mas Ivan não foi nada com a cara dela. Então os pais dos dois combinaram de realizar o casamento assim que a menina completasse dezoito anos.

Deste jeito, depois da comemoração, Ivan foi embora com sua caravana e Manuela com a dela.

Naquela mesma noite a shivani, uma espécie de “curandeira” do acampamento, deu uma ave para esta garota e disse:

- Este é um pombo-correio mágico que levará suas cartas para seu noivo onde ele estiver.

Desta maneira, Manuela passou a escrever cartas para o futuro marido. O problema era que ele só respondia de forma fria com
palavras como: até logo e um abraço.

O tempo passou e Ivan tornou-se um jovem bonito. Porém, nada fiel. Pois paquerava as mulheres do seu próprio acampamento e se envolvia com as outras damas, que não eram ciganas, em toda a região onde acampava.

Até que chegou o dia do aniversário de dezoito anos de Manuela. Porém a família de Ivan não compareceu na festa. Assim esta
cigana escreveu uma carta pedindo para que o noivo marcasse o matrimônio logo.

Ivan não quis responder a mensagem porque realmente não queria casar com esta donzela. Mas seu pai, que leu toda a mensagem, pediu para que ele escrevesse uma poesia ou criasse uma música para sua prometida. Desta forma, o rapaz concordou. Por isto pegou o violão e compôs uma música chamada Sevilhana Para Manuela, onde o refrão original era: “ Manuela, dos meus amores, quando tudo melhorar eu me caso com você.”
Desta maneira, ele mandou a letra da música junto com a partitura da canção, para que os músicos do acampamento da noiva pudessem tocar a melodia.

Quando a moça recebeu a surpresa, através do pombo-correio, ficou emocionada.

Uma vez, Manuela tomou chuva, pegou pneumonia e morreu três dias depois.

Reza a lenda que anos se passaram e uma certa noite, o compositor Manuel Pareja Obregón sonhou com esta história e com a música. Assim, naquele mesmo dia, ele compôs uma música chamada Sevillanas de Manuela. O problema foi que com o passar do tempo, a letra da canção foi sendo modificada. Porém o refrão original é: “Manuela, dos meus amores, quando tudo melhorar, eu me caso com você.”

A cigana Manuela da Sevilhana é uma entidade que ajuda nas questões de amor e saúde, principalmente, em problemas
respiratórios. Ela usa saia alaranjada e uma blusa branca “bufante”. Manuela aceita oferendas como: doces, rosas de tons
alaranjados, leques e castanholas.

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